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Benfica 4-0 Marítimo | “Trinícius” derruba insulares

José Coelho / Lusa

O Benfica cumpriu perante o seu público e goleou o Marítimo por 4-0, passando a “batata quente” da pressão de ganhar para os seus perseguidores na luta pelo título.

Num jogo em que os insulares até tiveram mais bola e muita qualidade de passe, ao contrário do que vinham mostrando no campeonato até esta altura, os “encarnados” foram, acima de tudo, implacáveis na hora de rematar à baliza, em especial na primeira parte, altura em que marcaram três golos.

Carlos Vinícius, com um “hat-trick”, foi a grande figura da partida, ele que já havia marcado a meio da semana frente ao Lyon, na Liga dos Campeões.

O jogo explicado em números

  • Início de jogo muito animado, com lances nas duas balizas e o Marítimo a criar muito perigo, valendo Vlachodimos ao Benfica a evitar o golo dos insulares, num belo remate de Daizen Maeda. Os “encarnados”, no entanto, não desperdiçaram. Lance rápido, Carlos Vinícius reteve a bola e serviu Pizzi no momento certo, para o golo do médio luso. Ao segundo remate benfiquista, segundo enquadrado, o tento inaugural.
  • O golo foi o melhor que o Benfica fez no primeiro quarto-de-hora. O Marítimo teve mais bola nesta fase, nada menos que 61% e mais um remate (3), embora menos um enquadrado (1), e incríveis 91% de eficácia de passe, em claro contraste com a média de 70% que apresentou nas primeiras 11 jornadas (a mais baixa da Liga). Mas as “águias” não estavam para brilhos, e sim para golos.
  • Aos 17 minutos, os mesmos protagonistas do 1-0 voltaram a combinar, desta feita com Pizzi a servir Carlos Vinícius para um golo fácil. Três remates, dois golos, com uma eficácia tremenda do ponta-de-lança brasileiro sempre que interveio no jogo: 4 quatro acções com bola, um golo em um só remate, uma assistência e duas ocasiões flagrantes em dois passes para finalização.
  • À meia-hora o jogo mantinha a tendência. Muito Marítimo em termos de posse de bola e qualidade de passe, mas a eficácia estava toda do outro lado e, aos 31 minutos, surgiu o 3-0, de novo por Carlos Vinícius, a concluir um desvio de bola do guarda-redes Amir, após cruzamento de Pizzi da esquerda.
  • Vinícius era, sem surpresa, a grande figura da partida nesta fase, com dois golos, dois remates enquadrados (100%), uma assistência e um rating de 8.4 muito elevado para uma altura tão precoce do jogo.
  • Primeira parte de extremos na Luz. Marítimo sob o signo do domínio e da ineficácia ofensiva. Benfica à espera do erro contrário e implacável no ataque. Ao descanso os campeões nacionais ganhavam por três golos sem resposta, apesar de terem menos bola (46%) e até menos remates (6 contra 8), mas bem mais enquadrados (4 para 1). Esteve aqui o segredo da vantagem “encarnada”, que teve em Carlos Vinícius a sua grande figura. O brasileiro registava um GoalPoint Rating de 8.3, com dois golos em três remates, dois enquadrados, uma assistência e duas ocasiões flagrantes criadas.
  • Mesmos pressupostos no segundo tempo. O Benfica continuava a defender a filosofia de roubar a bola e colocá-la rápido na frente e, aos 55 minutos, surgiu o 4-0. Primeiro remate de Chiquinho, Amir defendeu, mas na recarga, Carlos Vinícius marcou o seu primeiro “hat-trick” de águia ao peito. Ao terceiro remate do Benfica no segundo tempo (terceiro enquadrado), o 4-0.
  • Porém, aos 60 minutos, Gabriel viu segundo amarelo e consequente vermelho, por entrada dura sobre Marcelinho, com possibilidade para condicionar todo o jogo daqui para a frente. Nesta altura o Marítimo continuava a ter mais bola (52%) e boa qualidade de passe (87%), e em desvantagem no marcador, mas claramente com possibilidade de reagir.
  • A expulsão de Gabriel teve o condão de tirar intensidade ao jogo, com o Benfica menos pressionante sobre o portador da bola e a surgir menos vezes em zonas de perigo. Os “encarnados” chegaram a esta fase somente com quatro acções com bola na grande área contrária, mas limitavam o Marítimo a duas apenas e a um remate, apesar dos 57% de posse.
  • Nos derradeiros minutos as oportunidades de golo desapareceram, apesar de o Benfica ainda ter colocado alguns jogadores em boa posição para alvejarem a baliza com perigo (sem o conseguir), mas a clarividência estava já ausente das duas equipas.

O melhor em campo GoalPoint

Grande exibição, mais uma, do brasileiro contratado esta temporada pelos “encarnados”. Carlos Vinícius esteve muito bem no ataque e no momento da finalização, em especial na primeira parte, altura em que não precisou de muitas acções com bola para bisar e fazer uma assistência.

Depois, no segundo tempo, acabou por alcançar um “hat-trick”, o seu primeiro com a camisola do emblema lisboeta.

Ao todo, o atacante enquadrou três dos seus quatro remates, criou duas ocasiões flagrantes em dois passes para finalização e fez apenas cinco passes. Em suma, esteve pouco em jogo, mas quando esteve  foi de uma competência à prova de crítica, pelo que fixou um GoalPoint Rating de 9.2.

Jogadores em foco

  • Pizzi 7.5 – E já vai em nove golos esta época na Liga. Após facturar frente ao Lyon, o brigantino abriu o activo ante o Marítimo, a passe de Vinícius. Pizzi fez ainda uma assistência e criou duas ocasiões flagrantes em três passes para finalização, completou duas de cinco tentativas de drible e recuperou oito vezes a posse de bola.
  • Ferro 6.6 – O Marítimo teve muita bola este sábado na Luz, pelo que não espanta que os defesas do Benfica tenham tido trabalho. O desempenho de Ferro é prova disso mesmo, com o central a recuperar nove vezes a posse de bola e a somar dez acções defensivas, entre elas três desarmes e outras tantas intercepções.
  • Rúben Dias 6.6 – O seu colega na defesa também esteve em bom plano, nomeadamente ao vencer os três duelos aéreos defensivos em que participou, tendo ainda realizado quatro alívios.
  • Douglas Grolli 6.4 – Quando o Benfica conseguiu colocar a bola no último terço, criou quase sempre perigo, e nestes momentos, o central brasileiro mostrou qualidade, somando quatro desarmes e seis recuperações de posse. Foi o melhor dos insulares.
  • Adel Taarabt 5.9 – Jogo muito positivo do marroquino, com a sua acção a ser mais importante do que a nota final deixa antever. Para além de dois passes para finalização, o médio completou 54 dos 57 passes que fez e ainda recuperou sete vezes a posse de bola.
  • Chiquinho 5.5 – O jogo não lhe correu propriamente de feição, uma vez que não conseguiu números finais consistentes com o que fez ofensivamente. Muito móvel e exímio a preencher os espaços, o português rematou quatro vezes, três delas enquadradas, e esteve em posição de marcar, mas foi manifestamente infeliz na finalização, registando uma ocasião flagrante desperdiçada.

Resumo

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