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Bastonária considera “cruel” a situação dos enfermeiros (e um “desastre” a liderança de Rui Rio)

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Inácio Rosa / Lusa

Ana Rita Cavaco, Bastonária da Ordem dos Enfermeiros

A Bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, afirmou que antes da greve dos enfermeiros, que provocou o cancelamento de milhares de cirurgias, já havia blocos e salas cirúrgicas paradas nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) devido à falta de enfermeiros suficientes nos quadros.

“O que acho neste momento cruel para todos é ter um enfermeiro para 40 doentes. Isto não vigia nada nem ninguém. Acho cruel que, por cada doente a mais que um enfermeiro tem a seu cargo, a taxa de mortalidade suba 7% dentro dos hospitais”, considerou a bastonária em entrevista ao jornal Sol este sábado divulgada.

“Isto são dados de estudos científicos feitos em várias partes do mundo e também em Portugal”, sustentou. “Acho cruel que os enfermeiros trabalhem sem ter tempo de ir à casa de banho ou para comer. Acontece todos os dias”, disse.

“Morrem doentes no SNS por falta de condições e falta de enfermeiros”, revelou.

Ana Rita Cavaco, que cumpre o último ano do mandato em 2019, ano onde vão também decorrer eleições, demarca-se da situação política, afirmando que o grande interesse passa por responder aos problemas do SNS. “Os partidos que se matem uns aos outros que nós não temos nada a ver com isso, precisamos é dos problemas do SNS resolvidos”.

Durante a entrevista, a Bastonária teceu ainda alguns comentários sobre a atual situação do PSD, partido no qual se filiou há 14 anos e ainda se mantém. Atualmente, Ana Rita Cavaco não ocupa qualquer cargo nos órgãos nacionais do partido.

Quanto à liderança de Rui Rio, que em janeiro do ano passado venceu as eleições no PSD com uma diferença de cerca de 10 pontos percentuais para Pedro Santana Lopes, Ana Rita Cavaco considerou ser um “desastre”. “Rui Rio tem sido um horror”, escreve o jornal.

“No último congresso não quis concorrer a nenhum órgão nacional porque não me revejo no que está a ser feito”, disse. Questionada sobre se faria parte de uma possível resistência interna, Ana Rita Cavaco rejeitou: “Não porque não tenho tempo. Estou dedicada à Ordem. Vou acompanhando, vou lendo algumas coisas mas, francamente, os enfermeiros neste momento precisam muito mais de mim do que o PSD”.

ZAP //

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23 Comments

  1. Cruel para os enfermeiros?
    Só pode ser uma piada…
    Cruel é para os doentes que ficam prejudicados à conta dos caprichos desta gente, acham que podem tudo com as greves desastrosas que apenas têm o objectivo de lesar!
    Estão a virar a opinião pública contra eles, e ainda não perceberam!

  2. “Acho cruel que os enfermeiros trabalhem sem ter tempo de ir à casa de banho ou para comer. Acontece todos os dias”……Deve ser para rir, e eu acho cruel para os pacientes os enfermeiros picarem o ponto a hora que deviam começar a trabalhar e irem tomar o pequeno almoço etc, etc das 7 horas que deviam trabalhar por dia (com o tal horário das 35 horas que devia ser proibido ou então era para todos) se trabalharem 5 horas uteis por dia já é muito.

      • Caro Eu, para além de ter olhos na cara e ver o que se passa sempre que tenho a infelicidade de necessitar dos SNS, já fui casado com uma enfermeira, por isso sei do que estou a falar ( e não era só a minha EX)

        • O que não falta é gente com “olhos na cara” mas que anda a “dormir na forma”…
          Portanto, se a sua ex-mulher era assim, fale só por ela e não meta todos os enfermeiros no mesmo saco!!

  3. Concluindo, de políticos a funcionários públicos são todos um desastre não excluindo os enfermeiros, estamos entregues há bicharada!

  4. Regalias, regalias têm os professores!
    O tempo de trabalho na escola são 24 horas, o resto para perfazer as 35 horas semanais, é “cantiga”!
    Preparam as aulas em casa? Mentira. As Editoras dão-lhes o material todo já feito e preparado.
    A única coisa que os professores fazem em casa é corrigir testes que a cada turma darão uns 5 ou 6 por ano!!
    Os professores, têm tempo de sobra para dar explicações e receber ainda mais um ou dois ordenados (livres de impostos)! É a classe de funcionários públicos, mais privilegiada do país.

    • No meu entender os professores não teriam que fazer trabalhos em casa nem tão pouco os alunos tal como um empregado cumpre o seu horário de trabalho e a partir daí utiliza o seu tempo livre como muito bem entende, a escola hoje dura muitos anos os suficientes para que toda a matéria necessária seja aplicada durante as aulas com rigor e exigência, o mal está que tudo hoje não passa de uma bandalheira cada um fazendo praticamente o que bem entende e o resultado final está longe de ser o melhor.

  5. Esta senhora “Bastonária” não é a que aumentou o salario a “Bastonária” de é a mesma pessoa? É este o tipo de pessoas que infelizmente as organizações elegem para os representar. Depois nada melhor que encontrar uma solução de aumento dos sócios para manter o lugar. Os doentes? Se se preocupasse com a saúde mantinha-se a trabalhar com enfermeira.

    • É!
      E também é a bastonária que praticamente nunca trabalhou na vida, andou sempre em “esquemas” e é política do PSD/JSD!
      Isto já para não falar das burlas em que se envolveu na OE logo que chegou a bastonária!
      Um exemplo, não haja duvida…

  6. Não têm tempo para comer? Têm mais uma hora que os do privado… 1 enfermeiro para 40 doentes? Duvido muito, que diga onde. Haveriam mais médicos que enfermeiros.

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