Basílio Horta espera que sociais-democratas votem PS. O CDS, que fundou, agora é uma “desgraça”

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Pedro Nunes / Lusa

Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra

Já Costa Silva avisa que colocar a IL no novo Executivo será “introduzir a motosserra no Governo de Portugal”.

O presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, apontou nesta terça-feira “a desgraça em que o CDS se tornou”, apelou ao voto dos democratas-cristãos no PS e acusou o Governo de incompetência durante o apagão.

“E o líder do AD diz que a seguir pode fazer um acordo eleitoral e só recua quando aquilo que resta do CDS, ainda bem que o Adelino Amaro da Costa e o Diogo [Freitas do Amaral] não estão vivos para ver a desgraça em que o CDS se tornou”, afirmou o autarca socialista e um dos fundadores do CDS, que falava durante um almoço no quartel dos bombeiros de Queluz, em Sintra.

Durante o discurso, Basílio Horta disse ainda que os sociais-democratas “só podem votar no Partido Socialista, mesmo não sendo socialistas” e apontou a “incompetência” que disse ser “transversal a todo o Governo”.

“É o caso que aconteceu no último apagão. Não tivemos um aviso, uma coordenação, não tivemos uma sugestão. Se nós, Sintra, e os outros concelhos, não tivessem atuado por si, teríamos uma desgraça nacional”, salientou.

Basílio considera que, desde o 25 de Abril de 1974, esta é a primeira vez que os direitos sociais estão em causa e sofrem “ameaça séria” – se a AD vencer no domingo e conseguir uma maioria absoluta ao lado da IL.

Costa Silva

O antigo ministro da Economia, António Costa Silva, defendeu que só uma vitória do PS impede que entre no Governo “a motosserra” dos “projetos mais radicais” da IL, qualificando o primeiro-ministro de “líder fraquíssimo” e “barata tonta” no apagão.

Presente no mesmo evento, Costa Silva atirou: “Pedro Nuno Santos e o PS merecem essa vitória, porque ele é a única pessoa em Portugal hoje que pode impedir a vitória de um candidato que já anunciou que vai introduzir a motosserra no Governo de Portugal. E a motosserra no Governo de Portugal significa dar azo aos projetos mais radicais da Iniciativa Liberal“.

A liderança do país é um das questões fundamentais, na perspetiva do antigo ministro, que está em causa nas eleições de domingo, citando Luís de Camões quando disse que “um rei fraco torna fraca a forte gente”.

Luís Montenegro é um líder “fraquíssimo”, salientando também o caso do apagão: “Quando o país mais precisava, sem orientações, sem coordenação, sem reação. E vemos o líder que quer continuar a ser primeiro-ministro no próximo dia 18 de maio a comportar-se como uma barata tonta, sem saber o que fazer, sem saber como comunicar, sem saber o que dizer ao país”.

Pedro Nuno

O secretário-geral socialista sublinhou que os partidos à esquerda “trabalharam bem” conjuntamente no passado, mas que agora o PS precisa de ganhar as eleições e construir uma solução governativa estável com o parlamento que sair das legislativas.

“O que é importante é que nós já tivemos a oportunidade de trabalhar no passado e trabalhámos bem, mas neste momento o Partido Socialista precisa de ganhar as eleições”, respondeu aos jornalistas Pedro Nuno Santos quando questionado sobre as críticas e os apelos que vieram dos partidos à esquerda do PS.

Segundo o líder do PS, para haver “uma mudança política em Portugal”, os socialistas precisam de vencer as eleições e é nisso que disse estar focado.

“Depois, a partir do parlamento que sair do dia 18 de maio, nós encontraremos as soluções de estabilidade. Se alguma coisa nós mostrámos ao longo dos nossos governos – eu próprio – foi que temos capacidade para dialogar e para construir soluções duradouras”, enfatizou.

Perante a insistência dos jornalistas sobre as soluções de governabilidade, Pedro Nuno Santos respondeu que é preciso “esperar pelo dia 18 de maio para perceber as condições” com que se pode encontrar essa solução.

“Uma coisa é certa: o Partido Socialista tem de ganhar estas eleições, de outra forma nós não vamos ter estabilidade”, apelou, recusando que haja qualquer tabu sobre o tema e que neste momento o seu partido, tal como todos os outros, “está a lutar pela vitória”.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Basílio Horta é um político comprável, que traiu o CDS assim que o PS lhe acenou com um tacho. Não tem ideais, só preço. Não tem lealdade, só ambição. Ele é o retrato de um político que há muito trocou os princípios pela conveniência. É a prova viva de que, para certa gente, a política não é serviço público: é um negócio onde a única moeda é a própria vergonha.

  2. Basílio Horta é o retrato acabado do político oportunista e sem carácter. Começou no CDS, mas, como típico trânsfuga, vendeu-se ao Partido Socialista ao primeiro cheiro de poder. Um homem sem princípios que trocou qualquer resquício de decência por um lugar cativo no circo da política e transformou Sintra no seu quintal pessoal.

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