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Bancário do BPN condenado a sete anos de prisão por burlar clientes

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Uma pena de sete anos de prisão efectiva por uma conduta “extremamente grave” que “contribui para que as pessoas comecem a guardar o dinheirinho debaixo do colchão”. Foi nestes termos que um juiz condenou um ex-gerente bancário de uma agência do BPN por ter enganado vários clientes.

O Tribunal de Santa Maria da Feira condenou Fernando Gonçalves, ex-gerente bancário do BPN em Oliveira de Azeméis, a uma pena de sete anos de prisão efectiva e a uma indemnização de cinco milhões de euros à instituição.

O homem de 50 anos foi considerado culpado de 27 crimes de burla qualificada, de 31 de falsificação de documentos e de um crime de infidelidade. Em cúmulo jurídico, foi-lhe fixada uma pena única de sete anos de prisão, mas a soma das penas parcelares aplicadas ascendeu a 111 anos.

Em causa está o facto de o ex-bancário ter enganado clientes que depositavam dinheiro na agência do BPN, convencendo-os de que estavam a fazer depósitos a prazo com taxas de juro apetecíveis. Mas, na verdade, aplicava o dinheiro em produtos financeiros de risco, tendo acumulado um prejuízo de 1,5 milhões de euros.

Quando os clientes burlados pretendiam levantar o dinheiro, Fernando Gonçalves forjava documentos com assinaturas falsas e movimentava contas de outros clientes, tendo em vista assegurar a liquidez solicitada pelo resgate/reembolso da aplicação.

Este esquema em pirâmide, em que o ex-bancário compensava as perdas com a angariação de outros clientes, terá decorrido entre 2002 e 2007.

Neste período, o ex-gerente terá recebido prémios de produtividade e terá sido promovido com base nos bons resultados das burlas que cometeu.

“A conduta deste senhor é extremamente grave porque contribui para que as pessoas comecem a guardar o dinheirinho debaixo do colchão“, disse o juiz aquando da leitura da sentença.

“Este homem não está verdadeiramente arrependido. Achou que foi apanhado pelas circunstâncias”, considerou também o magistrado, notando que a sua “actuação não dignifica a entidade bancária nem o sistema bancário português”.

ZAP // Lusa

11 Comments

  1. Aqui está um belo exemplo da Justiça em Portugal.
    Mereceu a cadeia? Sim, é inquestionável que sim mas, e todos aqueles gatunos, administradores do BPN, que enterraram o Banco e (e todos nós) com os seus roubos e fraudes? Estão aí, livres que nem passarinhos e, ainda por cima, indignados com o arquivamento. Outros publicam livros de intrigas institucionais. Uma vergonha.
    É sempre a mesma trampa, este (provavelmente, obrigado por ordens superiores a vender produtos de treta/tóxicos) leva com 7 prisão efectiva, sem apelo nem agravo, os mandões e gatunos principais, ficam á solta. Justiça de m.e.r.d.a.

  2. Incrível! Este homem “rouba” 1,5 milhões de euros e é condenado a 7 anos de prisão e o pagamento de 5 milhões (?). E senhores como o Oliveira Costa (BPN) e muuuuitos outros andam cá fora! A isto é que se chama “dois pesos e duas medidas”. E ainda querem (?) devolver a credibilidade e transparência (idoneidade) à “justiça” portuguesa…

  3. Há muita diferença entre bancário e banqueiro em portugal e mais diferença faz quando se trata de ladrões o ladrão banqueiro é sempre condecorado pelo presidente da república portuguesa e o ladrão bancário fica de castigo e sem banco onde possa roubar.

  4. O que é verdadeiramente incrivel é ver os comentários do Juiz na leitura da sentença. “Conduta grave que contribui para que as pessoas comecem a guardar o dinheirinho debaixo do colchão”. Francamente!. Só falta dizer que este bancário é o culpado dos males todos da Banca em Portugal. Será que o Juiz sofre de amnésia, como o Oliveira Costa, Dias Loureiro, o Arlindo de Carvalho entre outros administradores do BPN, pertencentes ao “nuncleo dos amigalhaços” do “Velhaco Silva”?
    O que contribui para desconfiarmos dos Bancos é as atitudes de desleixo de supervisão do BdP, a corja de vigaristas que afundou o BPN, o BES, o BANIF, em todos eles, vigarices em grande escala que não estão, certamente, na escala dum gerente de balcão. Estão no nível de topo da hierárquia, dos “mestres da mafiosice” e a esses, os verdadeiros gatunos, nunca nada acontece.

    • Caro Bazuka: Ladrão que rouba um pão, vai logo para a prisão. Rico que rouba um milhão… Recebe condecoração!

  5. Desculpem-me a linguagem, mas a “raia míuda” é prontamente (e bem), condenada, mas os “cães grandes” continuam à solta, temos mesmo uma justiça da caca….!!!!

    • Eu não sei se os cães são grandes ou pequenos… eles são é matreiros. E de resto até podemos nem estar na presença de cães, mas talvez mais de porcos, versão orwelliana…

  6. E entre 2002 e 2007 o banco não fez auditorias? Ou será que os auditores também molhavam a sopa no caldinho? E o Banco de Portugal não devia conferir as auditorias aos bancos? E essa coisa do cúmulo jurídico é mesmo o cúmulo, de 111 anos passa para 7 anos, e com bom comportamento está cá fora em 3 anos…

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