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Avião ucraniano não pediu ajuda (e há pistas que apontam para ataque de míssil russo)

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Abedin Taherkenareh / EPA

A tripulação do avião ucraniano, que caiu em Teerão, não pediu ajuda via rádio e estava a tentar voltar ao aeroporto quando a aeronave se despenhou, segundo um relatório preliminar da investigação iraniana divulgado esta quinta-feira. Entretanto, a Ucrânia suspeita de que pode ter sido um acto terrorista ou um ataque de um míssil russo.

O aparelho, um Boeing 737, partiu do aeroporto de Teerão às 6h12 desta quarta-feira (hora local), com destino à capital ucraniana de Kiev.

Os dados foram avançados pela autoridade de aviação civil do Irão e constam de um relatório preliminar sobre o acidente que causou 176 mortos (83 iranianos, 63 canadianos, 11 iranianos, 10 suecos, quatro afegãos, três alemães e três britânicos) depois de cair na quarta-feira pouco depois de ter levantado voo do aeroporto da capital iraniana.

As primeiras indicações disponibilizadas pelas autoridades iranianas apontaram para a existência de problemas mecânicos na origem da queda do avião.

O acidente ocorreu horas depois do lançamento de mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de vingança pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.

As autoridades iranianas encontraram as caixas negras do avião, diz a AFP. “As duas caixas negras do 737 ucraniano que se despenhou esta manhã foram encontradas, disse o porta-voz da proteção civil local, Reza Jafarzadeh à agência de notícias semi-oficial ISNA.

Porém, o Irão não tem intenção de entregar as caixas negras. “Não entregaremos as caixas negras ao fabricante [Boeing] nem aos americanos”, disse o chefe da Organização da Aviação Civil do Irão, Ali Abedzadeh, citado pela AFP.

Ucrânia investiga possível ataque russo

Entretanto, o secretário de segurança nacional da Ucrânia, Oleksiy Danylov, referiu que tem a decorrer uma investigação própria sobre o acidente, nomeadamente para analisar se o avião foi alvo de um atentado terrorista ou atingido por um míssil russo.

Oleksiy Danylov apontou que estão a ser analisadas pistas que foram divulgadas na Internet e que indicam que foi um míssil russo que provocou o acidente. As autoridades ucranianas procuram agora vestígios desse potencial míssil, como relata a Reuters.

Outras hipóteses em estudo são uma eventual falha no motor e a colisão com outro objecto.

O Boeing 737-800 é um avião a jato de curto a médio alcance. Milhares destas aeronaves são usadas por companhias aéreas em todo o mundo.

A verificar-se a tese de falha mecânica, esta seria mais uma ocorrência na lista de incidentes fatais que nos últimos meses assolaram a Boeing.

Em outubro do ano passado, um Boeing 737 Max 8 da companhia aérea Lion Air caiu e provocou a morte de 189 pessoas. Cinco meses depois, a queda de outro 737 Max 8, da Ethiopian Airlines, fez 157 mortos. Desde então, os Boeing 737 Max 8 foram retirados de circulação em todo o mundo.

ZAP // Lusa

7 Comments

      • Portanto,.. o amigo Zé Esteves acha que as notícias que nos são enfiadas pela goela abaixo são, essas sim, fidedignas
        Pois eu chamos a essas verdadeiras ofensas à inteligência humana.
        que é exactamente o que os emissores pretendem. Esses sabem bem que “Inteligência Humana”, em termos colectivos é uma comodidade rara.
        portanto jogam pela estatística. e nunca falha, porque a mediocridade impera.

  1. É necessário descaramento e muita má fé para achar que a Russia ia atacar um avião cívil em solo de um país com o qual mantém boas relações… Já não há paciência para aturar estas tentativas, ainda para mais descabidas, de demonização.

    • Carlos, presta atenção! ninguém disse que foi a “Rússia” e sim, um “missel russo” idêntico aos utilizados pelo Irã em sua defesa aérea.

      • Não é isso que é importante S(eu) Malagoli.
        O que é importante é a intenção de ‘colar’ uma vez mais algo que é negativo e fresco na cabeça das pessoas, aos Russos.
        Os factozinhos manhosos sem fundamento de fazer conecções esterotipadas de “misseis” “terrorismo” “Ucrânia x Rússia”,…tudo técnicas de manipulação de massas que funciona estatisticamente. Pura propaganda medíocre.
        E, quando daqui a uns dias se provar (por quem de direito) que afinal era tudo ‘conjectura’ maliciosa, e sair um desmentido no fundo da 4ª página do jornal, já de nada serve. A mensagem negativa já está plantada.

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