Seis meses depois da imobilização no solo do Boeing 737 MAX, no seguimento de dois acidentes que provocaram 346 mortos, continua sem data marcada o regresso deste aparelho ao ar.
Mais de seis meses depois da imobilização no solo do Boeing 737 MAX, no seguimento de dois acidentes que provocaram 346 mortos, continua sem data o regresso deste aparelho ao ar, indicou esta terça-feira o regulador aéreo dos EUA.
A informação foi avançada pela Agência Federal da Aviação (FAA, na sigla em inglês), cujo presidente, Steve Dickson, indicou que o levantamento da proibição vai ser feito país a país. Esta possibilidade reflete as divergências entre as autoridades da aviação civil mundial.
Por outro lado, Dickson confirmou aos seus pares, durante uma reunião em Montreal, no Canadá, que ele próprio tencionava voar no 737 MAX modificado antes que este volte a ter voos comerciais, segundo o texto do seu discurso transmitido à AFP.
“A FAA continua a seguir um processo minucioso e não um calendário imposto, para recolocar o aparelho ao serviço”, declarou Dickson.
Acrescentou que o regulador continua a examinar as mudanças feitas pela Boeing ao programa informático MCAS, especialmente concebido para o MAX, que foi posto em causa durante inquéritos preliminares nos acidentes da Ethiopian Airlines, de 10 de março último, e da Lion Air, de 29 de outubro do ano passado. O 737 MAX está sem voar desde há mais de seis meses.
A FAA admitiu na segunda-feira que as suas divergências com outros reguladores, designadamente europeus e o canadiano, não iriam permitir que o 737 MAX modificado regressasse aos céus de maneira simultânea.
“Cada governo vai tomar a sua própria decisão sobre o regresso do aparelho, fundada sobre o exame aprofundado sobre a segurança”, declarou a FAA, cuja proximidade com a Boeing tem sido criticada, de forma generalizada, desde há vários meses.
Entre as críticas que lhe são dirigidas está a de ter sido a última autoridade a impedir que o aparelho voasse e de ter confiado à própria Boeing a homologação de sistemas importantes do 737 MAX, entre os quais o MCAS.
Um painel de reguladores internacionais, criado pela FAA, deve entregar nas próximas semanas um relatório muito crítico sobre as relações entre a Boeing e o regulador.
// Lusa