Uma das exigências da DGS para os concertos da “Festa do Avante!” não consta nas normas atualmente existentes para a “utilização de equipamentos culturais”.
A faltarem apenas dez dias para começar a “Festa do Avante!”, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Partido Comunista Português (PCP) ainda não acordaram a totalidade das regras sanitárias para o evento.
A DGS quer que os concertos se façam com plateias obrigatoriamente sentadas. No entanto, as atuais normas da DGS que atualmente existem para a “utilização de equipamentos culturais” ditam que este tipo de espetáculos ao ar livre devem realizar-se com plateias “preferencialmente” sentadas.
Assim, a DGS recomenda que as pessoas estejam sentadas, sem que faça disto uma obrigação, escreve o Diário de Notícias.
“Os lugares devem estar previamente identificados (ex. cadeiras, marcação no chão, outros elementos fixos), dando preferência a lugares sentados, cumprindo um distanciamento físico entre espetadores de 1,5 metros”, lê-se no ponto 53 das normas da DGS.
A “Festa do Avante!” vai ter lugar na Quinta da Atalaia, em Setúbal, onde as marcas já estão assinaladas na relva, à frente do maior palco, para marcar o sítio onde cada pessoa terá de ficar. Será mantida uma distância de um metro e meio entre cada pessoa.
Esta segunda-feira, Carlos Valente, presidente do Palmelense Futebol Clube entregou, no tribunal do Seixal, uma providência cautelar para tentar travar a realização da “Festa do Avante!”.
Na argumentação que consta na providência cautelar entregue para travar a realização da “Festa do Avante!”, há referências à questão política, mas apenas à manutenção de uma atividade económica que está vedada a outros.
Em reação à providência cautelar, o PCP diz que a iniciativa “é desprovida de qualquer fundamento só justificável pelo que visa de animação artificial da campanha reacionária”.
Em comunicado citado pelo Público, o PCP afirma que “a invocação de que os ‘festivais estão proibidos’, ainda que recorrentemente repetida, é absolutamente falsa, como aliás se pode constatar com os inúmeros eventos que se estão a realizar por todo o país”.
Os comunistas afirmam que se impõe “que cada um dos que não prescindem do exercício de direitos políticos e liberdades, faça da sua presença numa festa onde estão garantidas condições de segurança e tranquilidade a resposta a essa operação antidemocrática contra a liberdade, a cultura e os direitos dos trabalhadores e do povo”.