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Autoridades admitem que extrema-direita vá vigiar manifestações antifascistas de domingo

A Frente Unitária Antifascista anunciou que vai organizar no próximo domingo duas manifestações – uma Lisboa (Praça Luís de Camões) e outra no Porto (Avenida dos Aliados). O mote é a luta contra o fascismo.

Estas manifestações antifascistas aparentam ser uma resposta a acontecimentos como a “parada Klu Lux Klan”, em frente à sede da SOS Racismo, e às ameaças de morte enviadas por email por um grupo de extrema-direita a três deputadas, a Mamadou Ba, da SOS Racismo, e a elementos da FUA.

De acordo com o semanário Expresso, as autoridades admitem que a extrema-direita vá vigiar os protestos. “Admite-se que estas ações estejam sob vigilância de coletivos e grupos de matriz de extrema-direita, em face do agudizar dos discursos de pólos opostos”, disse uma fonte judicial.

Em causa está um e-mail enviado a um grupo de dez pessoas em que é dado um prazo para que as mesmas abandonem “território nacional” em 48 horas e que rescindam “as suas funções políticas”.

Entre os visados estão as deputadas Beatriz Gomes Dias, Mariana Mortágua (do Bloco de Esquerda) e Joacine Katar Moreira (deputada não inscrita), Mamadou Ba, dirigente do SOS Racismo, Danilo Moreira, sindicalista, Jonathan Costa e Rita Osório, da frente unitária anti-fascista, Vasco Santos, do Movimento Alternativa Socialista, Melissa Rodrigues, do Núcleo Anti-racista do Porto.

O Governo contactou as deputadas bloquistas Mariana Mortágua e Beatriz Gomes Dias, bem como a parlamentar não inscrita Joacine Katar Moreira, com uma proposta de proteção policial depois das ameaças de que foram alvo.

O Ministério Público (MP) instaurou um inquérito-crime para investigar o ato.

“Parada Ku Klux Klan” foi vigiada à distância

O Expresso avança este sábado que a apelidada “Parada Ku Klux Klan” estava a ser vigiada à distância pelas autoridades, que decidiram não intervir por considerarem que era de “baixo risco”.

A associação SOS Racismo apresentou uma queixa ao Ministério Público (MP) depois de, no passado sábado, um grupo de nacionalistas intitulado “Resistência Nacional” se ter juntado em frente da sua sede com máscaras brancas e tochas para protestar contra o “racismo anti-nacional”

O grupo visitou a sede da SOS Racismo numa manifestação contra o “racismo anti-nacional” e numa “homenagem aos polícias mortos em serviço”. No protesto, houve cânticos, mas não se deu qualquer ataque ou pichagem à sede do SOS Racismo.

Esta manifestação foi o mais recente episódio contra a SOS Racismo. Em julho, a fachada da sede da organização anti-racista foi vandalizada com frases inscritas em spray preto que diziam: “Guerra aos inimigos da minha terra”.

O grupo Resistência Nacional está a ser monitorizado desde o início de julho, altura em que lançou os primeiros vídeos de propaganda num canal do YouTube.

ZAP //

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