Os autores do “Despacito” não gostaram de ver a sua música ser utilizada pelo Presidente da Venezuela para apelar ao voto nas eleições para a Assembleia Constituinte, que acontecem já no próximo domingo.
Foi durante um comício que Nicolás Maduro decidiu apresentar aos seus apoiantes a nova versão do tema “Despacito”, a música de Luis Fonsi e Daddy Yanke que se tornou um verdadeiro sucesso à escala mundial.
Com uma letra que apela ao voto nas eleições para a Assembleia Constituinte, que acontecem já este domingo, a música parece ter agradado quer ao Presidente venezuelano quer aos seus apoiantes, que dançaram e aplaudiram ao som desta nova versão.
Quem não gostou foram os autores da música, que utilizaram as redes sociais para mostrar o seu desagrado relativamente à situação.
“Em várias ocasiões já tive a oportunidade de mostrar o meu agrado com as várias versões que saíram do ‘Despacito’ a nível mundial, no entanto, considero que há limites”, começou por dizer Luis Fonsi no Facebook.
“Em nenhum momento fui consultado nem dei autorização para o uso ou alteração da letra do ‘Despacito’ para fins políticos, muito menos no meio da deplorável situação em que vive um país que gosto tanto como a Venezuela”, pode ler-se.
“A minha música é para todos aqueles que queiram escutá-la e desfrutá-la, não para ser usada como propaganda que tenta manipular a vontade de um povo que está a pedir a gritos a sua liberdade e um futuro melhor”, conclui o cantor.
Também Daddy Yankee usou a sua conta de Instagram para mostrar o seu desagrado. “O que se pode esperar de uma pessoa que tem roubado tantas vidas a jovens sonhadores e a um povo que o que procura é um futuro melhor para os seus filhos”.
“Apropriares-te ilegalmente de uma canção não se compara com o crime que cometes e estás a cometer na Venezuela. És uma burla, não só para os meus irmãos venezuelanos, mas para o mundo inteiro com este regime ditatorial”, continuou o artista porto-riquenho.
“Com este nefasto plano de propaganda, só continua a evidenciar o seu ideal fascista, que matou uma centena de heróis e fez mais de dois mil feridos”, acusa o cantor.
Entretanto, a oposição ao regime de Maduro convocou uma greve geral para esta quarta e quinta-feira. Pelo menos cem pessoas morreram nas manifestações desde abril.
Como um bom fascista comuna é tudo dele até o oportunismo!