“Passou muita água e muito rio debaixo da ponte” desde que o verniz estalou entre o PSD e o CDS-PP, por causa da votação do IVA da eletricidade. Os dois líderes da direita encontraram-se esta quinta-feira para mostrar que há convergências possíveis entre os dois partidos.
Há uma semana, a descida do IVA da eletricidade causou mal-estar na relação entre o PSD e o CDS. Esta quinta-feira, num encontro de uma hora e meia na sede social-democrata, em Lisboa, os líderes dos dois partidos de direita alinharam uma nova aliança para as autárquicas.
O mais recente líder centrista garantiu que está criada “uma ocasião favorável para que o CDS e o PSD possam iniciar uma estratégia concertada a pensar nas próximas autárquicas”. O líder social-democrata concordou, resumindo o encontro a uma “conversa normal, solta, simpática, com pontos de vista comuns”, reconhecendo a existência de alguma “convergência de opinião e de alinhamento“.
Francisco Rodrigues dos Santos disse haver espaço para uma convergência em que o CDS aponta à direita e o PSD ao centro, inicialmente através de “caminhos autónomos” e depois numa aliança capaz de incluir as “estruturas dos dois partidos”.
Além disso, avança o Expresso, o líder do CDS-PP enumerou as reformas que defende para a Justiça, o sistema eleitoral ou a Segurança Social como exemplos em que existem “pontos de convergência” entre os dois líderes.
O líder do PSD, Rui Rio, deu garantias semelhantes, adiantando que primeiro dará palavra às estruturas locais, para “verem se querem fazer [alianças], onde se dão bem e convergem”, e depois às distritais e à direção nacional. Quanto às alianças em concreto, “provavelmente falarão” mais tarde.
Sobre a relação com o CDS, Rio disse que não interpreta que “o novo presidente do CDS vá fazer uma revolução e torne o CDS muito diferente daquilo que foi até hoje”. Para o líder social-democrata não restam dúvidas: o PSD é de centro, e o CDS de direita.
“O CDS é um partido à nossa direita. Relevante, de uma opção à direita. Outra coisa é ser o PSD ele próprio a direita. Compete-nos liderar uma opção à direita do PS.”