/

Autárquicas: Coimbra muda de mãos com maioria absoluta de José Manuel Silva

Miguel A. Lopes / Lusa

José Manuel Silva, ex-bastonário da Ordem dos Médicos e candidato do PSD à Câmara Municipal de Coimbra

Segundo as primeiras projeções desta noite, o ex-bastonário da Ordem dos Médicos e candidato do PSD, José Manuel Silva conquista a Câmara Municipal de Coimbra, com margem confortável

Segundo a projeção SIC, José Manuel Silva obterá 43.6 a 47.6% dos votos (5 a 7 mandatos) seguido do atual presidente da Câmara, Manuel Machado, com 28.9 a 32.9% (3 a 5 mandatos). Estas projeções perspectivam uma maioria absoluta para o candidato do PSD.

A terceira candidatura mais votada em Coimbra, segundo esta projeção, é a de Francisco Queirós (PCP), com de 6,2 a 9,2%, seguido de Gouveia Monteiro (Cidadãos por Coimbra) com de 5,2 a 8,2%, Miguel Ângelo Marques (Chega), com 1,3 a 3,3%, e Tiago Meireles Ribeiro (Iniciativa Liberal), com de 1 a 3%

A disputa de Coimbra alimentou as atenções ao longo das últimas semanas, com PS (que concorreu com Manuel Machado, atual presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses) e PSD (que concorreu com José Manuel Silva numa coligação alargada com CDS, Partido Popular Monárquico, VOLT, RIR e Aliança) taco a taco nas sondagens e sem que nenhum se conseguisse superiorizar de forma clara.

Numa primeira reação aos resultados, o diretor da campanha Juntos Somos Coimbra, António Maló de Abreu, veio reclamar a vitória da Câmara de Coimbra por maioria absoluta. “Com toda a certeza, podemos dizer que ganhámos estas eleições com uma maioria absoluta, o que era fundamental para dar a volta a Coimbra“, afirmou ao mesmo tempo que os apoiantes gritavam “vitória” na sala. Para o responsável, o resultado trata-se de “uma grande vitória da coligação e de quem a encabeça, José Manuel Silva, que é o futuro presidente da Câmara de Coimbra”.

Do lado dos socialistas, Carlos Cidade, líder da distrital do partido e vice de Manuel Machado na autarquia coimbrense, foi o primeiro a pronunciar-se, dizendo que “projeções são projeções” e que a comitiva do PS iria “aguardar” os resultados “com toda a serenidade”. Cerca de hora e meia mais tarde, foi a vez de Manuel Machado, candidato derrotado se pronunciar, sem dar, ainda assim, sinais de que abandonará a vida política — “não é hora da despedida”, disse.

“Quero que isto fique registado. Obrigado a todos. Sintam-se, como eu me sinto, honrado pelo trabalho feito“, afirmou o socialista. “O povo votou, eu sou democrata. Não vou estar com recriminações.”

A vitória em Coimbra será um grande trunfo para Rui Rio no seu objetivo de manter a liderança do partido, a qual, já se sabe, deverá ser altamente contestada nas próximas semanas e até nos próximos meses.

A seu favor teve, nas urnas, a recém confirmada transferência do Tribunal Constitucional para Coimbra, uma mudança que surge na sequência de uma proposta do PSD apresentada no Parlamento.

Do lado do PS, a promessa eleitoral de António Costa de construir uma nova maternidade na cidade logo após as eleições foi também um dos temas mais marcantes destas autárquicas, com os partidos da oposição a acusarem o secretário-geral dos socialistas de se comprometer com o que não pode cumprir e a relembrar que a infraestrutura já fazia parte do programa eleitoral do PS nas legislativas de 2019, quando Marta Temido, ministra da Saúde, foi cabeça de lista pela cidade.

Ana Rita Moutinho, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.