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Austríacos atacam primeira bebé do ano em Viena por ser muçulmana

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(dr) Wiener Krankenanstaltenverbund

Asel, a primeira bebé do ano em Viena, na Áustria, e que foi alvo de uma onda de ódio por ser filha de muçulmanos

Asel, uma bebé que nasceu 47 minutos depois da meia-noite, no primeiro dia do ano, em Viena, na Áustria, converteu-se no alvo de uma onda de ódio nas redes sociais por ser filha de muçulmanos.

“Ultrapassou-se uma linha vermelha”, declarou o secretário-geral da Cáritas Austria, Klaus Schwertner, num comunicado publicado, esta quinta-feira, pela agência da Igreja católica austríaca Kathpress e citada pelo jornal El Español.

Tudo começou quando a imprensa austríaca publicou, com o título “Bebé de Ano Novo de Viena”, a fotografia de uma recém-nascida nos braços da mãe numa cama de um hospital da capital austríaca, ao lado do pai.

O nome da criança, Asel, e o facto de a progenitora estar com um lenço na cabeça bastaram para que, em vez das felicitações habituais neste tipo de acontecimentos, surgissem comentários xenófobos nas redes sociais.

“Quando tiver 18 anos vai ser terrorista”, “como vienense autêntico, é lógico que só poderia ficar contente se se tratasse de um bebé austríaco”, “também em 2018 Mehmet e Fatma são indesejados, nada muda com o número do ano”, “desejo-lhe uma morte repentina” e “deportem já esse lixo” foram alguns dos exemplos, cita o jornal espanhol.

Perante esta onda de ódio, vários órgãos de comunicação optaram por desativar a publicação de comentários no artigo, no entanto, depois de conhecerem a dimensão desta história, foram milhares as pessoas que se solidarizaram com a jovem família.

O El Español escreve ainda que Schwertner decidiu lançar uma campanha na Internet contra esta onda de ódio e que rapidamente obteve um grande apoio. “Representantes de todos os grupos políticos, meios de comunicação, igrejas e da vida pública se uniram”.

Por outro lado, o #GegenHassimNetz, um centro de aconselhamento dirigido a vítimas de ódio online, anunciou que está a estudar a possibilidade de apresentar denúncias por incitação ao ódio contra os autores destes comentários, um crime que pode ser punido com dois anos de prisão.

Ao New York Times, citada pelo Observador, Barbara Unterlechner, diretora deste centro, diz que este tipo de comentários aumentaram exponencialmente desde a chegada de mais de 145 mil refugiados à Áustria, vindos sobretudo da Síria, Iraque e Paquistão.

“Há um certo estereótipo em relação aos muçulmanos que se tornou cada vez mais comum nas redes sociais”, explicou ao jornal norte-americano. “Não é feita qualquer diferenciação entre refugiados ou muçulmanas com a cabeça tapada. Qualquer pessoa que aparente ser muçulmana é logo considerada uma inimiga da nossa cultura”.

ZAP //

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3 Comments

  1. Como se os governantes não andassem a fomentar esse ódio com conversa que agora passa a ser normal haver terroristas e afins. Não acho que esteja certo fazerem esse tipo de comentários mas quem governa tem que ser mais pragmático. Era óbvio que mais cedo ou mais tarde isto ia acontecer.

  2. cada vez concordo mais que a censura na internet seja efetiva no que toca a assuntos relacionados com odio e intolerancia, mas infelizmente quem controla esses sites online, normalmente de jornais e publicaçoes diversas, ganha muito mais visibilidade com a publicaçao de certas ideias aberrantes e desconsideradas, do que controlar e banir esses comentarios . assim se por um lado choram lagrimas de crocodilo, por outro esfregam as maos de contentes…….o jogo esta viciado e é vicioso!!!!!

  3. Racismo e xenofobia são sentimentos próprios do ser humano. Só quem não sente não os tem, a não ser que vá na onda do que ouve e se julgue um igual, mesmo sem saber porquê. E, pois, natural que, por múltiplas razões, tais sentimentos se reflictam, e de várias maneiras, nas atitudes que tomamos, nos comportamentos que assumimos perante o que e quem nos cerca.
    Nos últimos tempos — por força das desgraças provocadas pelo terror “jihadista” e das atrevidas ou desesperadas avalanches de refugiados a “invadirem” a Europa, parte delas em consequência das acções terroristas e outra parte a pensar que a Europa lhes dará o que nas suas terras não têm –, esses sentimentos têm atingido proporções preocupantes, mesmo que nos possam parecer legítimos.
    O caso dos comentários vindos a lume na Áustria, são disso exemplo. São do género dos slogans muçulmanos exibidos por aí… de vez em quando, como se tem visto. Isso não conduz a nada de positivo, pelo contrário, acicata as hostes jihadistas e não só. Há, tem de haver, limites quanto às “bocas” que mandamos cá para fora.
    Que culpa tem a bebé Asel por ter nascido? E seus progenitores, merecerão serem vistos como demónios, por serem muçulmanos? Tenho Amigos muçulmanos que são criaturas íntegras, de boa índole. Fosse o mundo constituído por pessoas como assim que a Paz a realidade reinante.

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