Áustria anuncia resultados encorajadores em tratamentos com plasma

A Áustria anunciou, esta quinta-feira, a cura de mais três doentes submetidos a transfusões de plasma sanguíneo de pacientes recuperados da covid-19, um tratamento que está a ser testado em vários países.

Três pacientes tratados com o chamado “plasma convalescente” no hospital de Graz, no sul da Áustria, recuperaram da doença, anunciou esta quinta-feira um infeciologista deste estabelecimento de saúde, Robert Krause, em conferência de imprensa.

O especialista precisou que esta terapia é “uma opção para doentes triados, que não é transferível” para todos os doentes. Nos casos agora citados incluem-se duas pessoas que sofriam de outras patologias e cujo sistema imunitário estava muito enfraquecido.

No total, 20 pessoas foram tratadas na Áustria com plasma sanguíneo. Apesar da recuperação dos doentes, têm sido observados efeitos secundários, que exigem um melhor conhecimento da eficácia desta terapia.

A Cruz Vermelha austríaca lançou um apelo aos doadores de plasma para que esta terapia, ainda experimental, possa ser testada de forma mais alargada. Até ao momento, foram feitas cerca de 200 doações de plasma na Áustria.

O plasma é obtido por um processo, designado aférese, que separa os diferentes componentes do sangue. O uso de plasma para tratar doentes de covid-19 foi autorizado em países como França, Suíça, Estados Unidos e China e é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em Portugal, o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) anunciou a 1 de maio que arrancam este mês ensaios clínicos com plasma de sangue de doentes recuperados da covid-19 em 10 unidades distribuídas pelo país.

“Durante o mês de maio proceder-se-á ao recrutamento voluntário de doentes convalescentes e à sensibilização dos mesmos através dos médicos assistentes”, esclareceu Maria Antónia Escoval, a presidente do IPST, acrescentando que “em simultâneo, um grupo de trabalho, no âmbito do Ministério da Saúde, definirá os critérios mínimos de inclusão e exclusão dos doentes para entrarem em ensaios clínicos”.

O novo coronavírus, SARS-CoV-2, já infetou 3,7 milhões de pessoas em todo o mundo, 263 mil das quais morreram, segundo um balanço da AFP. A Europa é a região do mundo mais atingida pela pandemia, com mais de 150 mil mortos em 1,6 milhões de casos.

ZAP // Lusa

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