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Austrália, Japão, EUA e Índia reúnem-se “sem objetivos militares”, mas China sente-se ameaçada

Getty Images / AFP

Reunião do Quad, com Narendra Modi (E), Joe Biden (C), Scott Morrison e Suga Yoshihide.

Estados Unidos, Austrália, Japão e Índia reuniram-se naquela que foi a primeira reunião do chamado Quad. A China sente-se ameaçada e avisa que o grupo está “fadado ao fracasso”.

Joe Biden liderou esta sexta-feira a primeira reunião presencial do chamado “Diálogo Quadrilateral para a Segurança”, conhecido como Quad. Além dos Estados Unidos, o grupo conta ainda com Austrália, Japão e Índia.

Depois do AUKUS, um pacto na área da Defesa e Tecnologia que une os Estados Unidos, a Austrália e o Reino Unido, esta é uma nova tentativa de Biden combater o peso da China na região do Indo-Pacífico, escreve o Expresso.

“Estamos aqui juntos, na região do Indo-Pacífico, uma região que queremos ver sempre livre de coerção, onde os direitos soberanos de todas as nações são respeitados e onde as disputas são resolvidas pacificamente e de acordo com o direito internacional”, disse o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, no início da reunião.

“Temos um compromisso inabalável com um Indo-Pacífico livre e aberto”, disse, por sua vez, o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga.

A China já sentiu o cheiro a ameaça e não tardou a reagir à criação do Quad através do porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian.

“Um grupo fechado e exclusivo cujo objetivo é opor-se a outros vai contra o ar dos tempos e contra as aspirações regionais de vários países. Não encontrará apoio e está fadado ao fracasso”, disse, sem nunca referir o nome do grupo.

No seu discurso na 76.ª Assembleia Geral da ONU, Joe Biden realçou que não quer uma nova Guerra Fria. E um porta-voz da Casa Branca sublinhou que o encontro do Quad é “informal” e não contém “nem uma dimensão militar nem uma dimensão securitária”.

Entre outros assuntos, falou-se sobre a criação de um programa de bolsas de estudo para abrir as principais universidades norte-americanas a estudantes indianos, australianos e japoneses; a criação de uma rede verde para o transporte de mercadorias; e a produção, na Índia, de mil milhões de doses de vacina contra a covid-19.

Os países do Quad não querem hostilizar a China — nem podem —, muito menos agora que a nova Rota da Seda vai trazer um investimento chinês em dezenas de países subdesenvolvidos da região.

ZAP //

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