Todas as placas tectónicas da Terra estão em constante movimento, mas algumas mais rapidamente do que outras. A Oceânia é o continente da Terra que está a mover-se mais rapidamente, mas para onde está a ir… e a que velocidade?
A Austrália encontra-se no continente que se move mais rapidamente na Terra, repousando numa placa tectónica que se desloca a cerca de 7 centímetros por ano – isto é, algo entre o ritmo a que o seu cabelo e as suas unhas crescem.
Em comparação, de acordo com a NOAA, as massas terrestres da Terra movem-se a uma taxa média de cerca de 1,5 cm/ano.
Esta deriva da placa australiana, em direção a norte, faz com que a Austrália esteja cada vez mais perto de nós — e, desde que aqui contámos, há 9 anos, que o país dos cangurus estava 1,5 metros mais próximo do que 20 anos antes, o continente aproximou-se mais de meio metro: 56 centímetros.
Tecnicamente, nota o IFLS, estamos a falar da Placa Indo-Australiana, uma placa tectónica que inclui a Austrália continental e a ilha da Tasmânia, mais partes da Nova Guiné, Nova Zelândia e a bacia do Oceano Índico.
Num futuro distante, — digamos, daqui a algumas dezenas de milhões de anos —, é possível que esta placa possa esmagar o fundo da placa da Eurásia em torno do Sudeste Asiático e da China, formando um novo conjunto continental que alguns apelidaram de “Austrásia“.
Este movimento tem precedentes históricos. Até há 200 milhões de anos, a Austrália estava ligada ao Gondwana, um enorme supercontinente que ocupava a maior parte do hemisfério sul. Sob esta configuração, as placas Africana, Antárctica, Indo-Australiana e Sul-Americana estavam todas juntas.
Entretanto, a Laurásia – que incluía a maior parte da Europa, Ásia e América do Norte actuais – estava toda junta no Hemisfério Norte.
É importante lembrar que os continentes da Terra estão constantemente num estado de fluxo (muito lento). Não o sentimos na nossa vida quotidiana quando passeamos pela Terra, mas a superfície do planeta não é tão sólida como parece.
As placas tectónicas estão em constante movimento, umas a chocar com as outras, outras a afastar-se. Inevitavelmente (mas daqui a muito tempo), os continentes acabarão por se juntar num único super-continente: Amasia.
Em vez de uma esfera sólida como uma rocha, outra forma de imaginar a Terra é como uma estrada com fendas numa correia transportadora em movimento lento. Algumas fendas alargam-se, outras são espremidas e toda a superfície está em movimento, mas a um ritmo demasiado lento para ser visto.
Por mais lento que possa ser, segundo os padrões humanos, é suficientemente rápido para causar confusão na nossa tecnologia.
As ferramentas de geolocalização – como o Sistema de Posicionamento Global (GPS) dos EUA, o GLONASS da Rússia, o Galileo da União Europeia e o BeiDou da China – utilizam satélites para determinar localizações em relação a pontos de referência conhecidos.
Mas estes satélites funcionam com base em sistemas de coordenadas fixas, enquanto a própria massa terrestre está a deslocar-se lentamente. Ao longo do tempo, este movimento cria um desfasamento entre o local onde os mapas pensam que as localizações se encontram e o local onde efetivamente se encontram.
Assim, até 2017, a Austrália utilizava coordenadas de 1994. Ao longo de 23 anos, a Austrália ficou dessincronizada da placa tectónica em 1,6 metros — o que obrigou a uma atualização dos dados dos sistemas de geolocalização.