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Governo pede aumentos no privado nove vezes mais elevados do que os da Função Pública

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Clara Azevedo e Paulo Henriques / Portugal.gov.pt

Primeiro-Ministro António Costa e Ministro das Finanças, Mário Centeno

Os aumentos salariais que o Governo pede para o setor privado são nove vezes mais elevados do que os que vai atribuir à Função Pública, escreve o jornal Eco.

Esta quarta-feira, o Governo liderado por António Costa anunciou que todos os funcionários públicos terão, já a partir de janeiro, um aumento de 0,3%, tendo como referencial para os aumentos a taxa de inflação observada até novembro de 2019.

Já para o setor privado, o Governo está a propor aumentos na ordem dos 2,7%, no âmbito do acordo sobre competitividade e rendimentos. Contas feitas, o valor dos aumentos no privado é nove vezes superior ao do público, frisa o Eco.

Os sindicatos da Função Pública, que exigiam aumentos salariais de 3%, não viram com agrado a proposta do Governo. Ana Avoila, dirigente da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, considerou que a proposta do Governo “é um insulto” aos trabalhadores públicos. Já José Couto, líder da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap) considerou a proposta “uma ofensa”.

Em declarações ao jornalistas, o secretário de Estado do Orçamento, João Leão, explicou que os aumentos salariais propostos pelo Governo acrescem à subida remuneratória de 2,9% já decorrente do descongelamento das carreiras, totalizando um reforço de 3,2% dos rendimentos dos funcionários públicos, em 2020.

As estruturas sindicais discordam da justificação apresentada, defendendo que os aumentos salariais e as progressões na carreira são matérias distintas.

Ainda de acordo com o jornal Eco, o aumento salarial da Função Pública custará aos cofres do Estado entre 60 a 70 milhões de euros. Incluindo progressões, prémios, revisões de carreiras e “outros direitos”, o valor ascende para 715 milhões de euros, de acordo com dados avançados pelo Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública.

Estes mais de 700 milhões significam um aumento médio por trabalhador de 3,2% em 2020, sublinha o Ministério numa nota de imprensa enviada às redações.

As subidas remuneratórias estão a ser discutidas entre as partes e o Governo no âmbito do Orçamento de Estado para 2020. O Conselho de Ministros reúne-se no sábado para aprovar a propostado Executivo, diploma que será entregue na Assembleia da República na segunda-feira, disse à agência Lusa fonte do Executivo.

ZAP //

 

52 Comments

  1. Porque no privado recebe-se muito menos que não função pública para o mesmo tipo de trabalho/cargo, portanto não vejo qual é o problema

    • Caro viajante, por onde tem viajado?
      Onde é que no privado há funções iguais ou do mesmo tipo das que existem na F. P. ?
      E se lhe disser que no sector privado há funcionários qualificados a receberem TRÊS vezes mais do que F. P. com responsabilidades idênticas na F. P., também não vê onde está o problema?

    • És mesmo muito burro, onde tu viste isso, para tua informação existe funcionarios publicos a ganhar o minimo ordenado com 25 anos de serviço

  2. Fazer a festa com o dinheiro dos outros é de facto uma coisa fantástica! E acresce que muito mais os privados pagarem de salários mais o estado vai encher-se com impostos e contribuições sobre esses mesmos salários.
    O país está entregue à bicharada.

      • Paga a empresa a contribuição social! O Sérgio muito provavelmente nunca deve ter pago um salário a ninguém. (in)Felizmente pago mensalmente a muitos bons trabalhadores que tenho orgulho que trabalhem nas minhas empresas. No entanto o Estado encarece em demasia os salários dos trabalhadores. Um salário de 1000 euros brutos, tendo em conta os subsídios de almoço, contribuições seg. social, seguros, sht,… multiplicado por 14 meses e dividido por 11 meses (retirando um de férias) fica exageradamente caro (próximo de 1800 euros). A empresa paga muito e o trabalhador recebe pouco. Uma vez mais o estado fica com uma grande fatia. E já percebemos que para nada (pagamos saúde, pagamos justiça e não funciona,…) Enquanto assim for limito-me aos trabalhadores mesmo essenciais. Poderia crescer mas isso é apenas mais risco, mais encargos fixos, maior dificuldade em despedir em conjunturas complicadas,…
        Já não dou para esse peditório. Já o fiz no passado. Atualmente estou bem como estou e não invisto mais.

        • Caro Bicho Mau, como terá reparado, no meu comentário anterior disse que se é patrão até o compreendia. E compreendo.
          Nunca estive na sua situação, ou melhor, nunca tive empregados por minha conta, mas o que relata no seu retruque não é novidade para mim.
          Agora, penso que poderá olhar para os dados que assinala com outros olhos, até para entender e aceitar melhor o sistema vigente.
          Pegando nos nºs que coloca: um salário bruto de 1000 euros, mais 23% para a Seg. Social, mais sub. almoço, mais seguros, dá um montante que faz parte do salário do trabalhador, pois só ele beneficiará desses descontos, de acordo com normas internacionalmente estabelecidas. Quer isto dizer que daqui não vai nada para o Estado. O que vai para o Estado são os impostos que, tenho de admitir, devem ser elevados, de outro modo o Sr, não se queixaria.
          Diz ter orgulho nos seus trabalhadores. Ainda bem! Tem sorte. Quando o trabalhador sente a empresa onde trabalha como que seja dele próprio, o resultado é sempre bom, a produção aumenta, e todos, até o País, beneficiam com isso. Foi sempre o meu lema. Pena que, na maior parte dos casos, patrões e empregados se vejam como adversários.

  3. É curiosa (vergonhosa) a indignação dos sindicatos do público sobre esta questão quando não os vi se oporem ao facto do salário mínimo ter um valor superior no público do que no privado…enfim mais do mesmo… Venha a nós ao nosso Reino

    • Por acaso também nunca vi privados preocupados quando os funcionários públicos viram as suas carreiras congeladas e parte dos salários penhorados para pagar os buracos dos bancos privados. No entanto, quando os funcionários públicos, pelas razões apontadas, reduziram o consumo, vi imensas empresas privadas ligadas ao comércio a fechar portas. É preciso ter uma visão alargada da economia. Economia não é o mesmo que disputas entre adeptos de clubes de futebol rivais. Tudo se liga na economia e, muitas vezes, quando se puxa a parte de cima do lençol, destapam-se os pés. Só pessoas com visões muito limitadas da realidade alinham em disputas entre público e privado. Na verdade, um não vive sem o outro.

  4. Engraçado, não vi o público reclamar quando o seu salário mínimo ficou 5,83% superior ao do privado, já lá vai um ano…
    Não vi o público reclamar quando o salário mínimo do privado passou para 635€ para 2020, quando o seu já tinha esse valor há um ano e sabiam que iria ter actualização em 2020, ficando sempre superior ao do privado…
    Não vejo o público reclamar porque os privados não têm progressões nas carreiras, ficaram muitos sem emprego devido à crise e ficaram os restantes sem aumentos pelo mesmo motivo e sem possibilidades de se actualizarem salarialmente.
    Agora que o privado possa vir a ter um aumento superior ao público e possa haver alguma reposição na justiça salarial dos mais desprotegidos, o público vem logo reclamar…
    Cambada de macacos, só coçam para dentro.

    • Não reclamaram das 35 horas em vez de 40 . Não reclamaram quando davam aumentos acima da inflação e o pais a endividar se cada vez mais… Não sei o que é certo, mas quando se comparam com os privados vesse diferenças flagrantes.

      • Em fevereiro do corrente, 317 mil milhões de euros respeitavam ao setor público e 399,1 mil milhões de euros ao setor privado. Como se vê, a dívida do setor privado é superior à do público. Parece que é algo que muitos desconhecem mas de que muitos falam.

        • Tem a noção do que escreveu? Que tem isso de relevante face ao exposto? A misturar assuntos? E qual era a dívida dos particulares nessa altura? E quanto aumentou? E porque a dívida do público é essa barbárie? E no privado? Quem são os maiores devedores? Em agosto subiram ambos novamente, curioso, é que a dívida das empresas privadas caiu…

    • Sr. José Raúl, posso não me ter apercebido de que tal tenha acontecido, por isso pergunto: onde e quando os F. P. reclamaram por os aumentos no sector privado ser superior aos do público?
      Depois fala «na justiça salarial dos mais desprotegidos», certamente a pensar que os mais desprotegidos só existem no sector privado.
      Vai também buscar a questão das “progressões nas carreiras”, que nada tem que ver com o assunto em discussão, para tentar reforçar a sua crítica. Mas não é por aí que lá chegará.
      Estar informado é fundamental para que se possa criticar com fundamento.

  5. Bom meus caros comentadores se formos justos e honestos é assim:

    Toda a gente sabe que o publico se recebe menos que nos privados na mesma função. Isso só não se vê porque não se quer pq toda a gente sabe que se recebe por fora até nos cartões que servem para fugir aos impostos, e outros estratagemas como trazer recibos de despesas e a empresa paga, etc…ginásios, etc…todos sabemos disso e não vamos sequer dizer que não é assim pq todos sabemos que é…

    Depois também toda a gente sabe que durante a troika os funcionários públicos perderam 2 meses de salários mais cortes nos ordenados…nos privados muitos perderam o emprego…sempre é melhor perder 2 salários + cortes que perder tudo…

    Eu nunca quis estar no publico porque na minha função pagam no publico cerca de 1000€ com sorte, enquanto que no privado me pagam entre 2500 a 3000€ de ordenado + carro + telemóvel + comissões… é claro que depois se arranjam estratagemas para dizer que o ordenado real não é aquele pois temos ajudas de custo, subs refeição, subs de deslocação etc… onde se camufla o que realmente se recebe…

    Acontece que quando estamos doentes, ou desempregados recebemos só pelo salário base e aí dps começamos a fazer contas de cabeça…mais ainda quando chegamos à reforma vai ser sobre o salário base também o que significa que vou levar um corte brutal…

    Depois reclamamos que os funcionários públicos têm reformas grandes e têm salários mais elevados mas isso foi pq nós aceitamos receber o ordenado da forma como expliquei em cima…

    Reclamamos ainda dos FP terem ADSE mas eu não a queria pois isso seria 3,5% do meu salário…isto é se eu ganhasse o ordenado mínimo até era bom pois pagava muito pouco…quem recebe no publico por exemplo 1000€ já paga 35€ por mês para a ADSE…agora imaginem quem recebe 2000€ paga 70€ mensais…será que não é melhor pagar um seguro de saúde por bem menos e que cobre bem mais???

    Agora eu tb quero ter na folha de ordenado o mínimo e receber tudo em extras e ter ADSE mas depois não me posso queixar de ter uma reforma sobre o ordenado mínimo e subs desemprego e doença sobre o mínimo são apenas coisas que aceitei do meu patrão…ainda pago menos de SS pq são 11.5% do meu salário apenas base…com tudo isto se não fizer um mealheiro estou lixado com FFFF quando for mais velho…

    Depois eu não sei porque tanto se reclama do publico e do privado pois somos todos nós que aceitamos as condições, ou por necessidade ou pq simplesmente aceitamos as regras do jogo…

    Com isto o meu patrão tb paga menos impostos quer de IRC quer de SS e claro lucra mais…

    Agora quem não está satisfeito com as condições que tem e reclama do privado pq não muda?
    Quem tb está no privado e reclama para o publico pq não muda?

    Todos podem escolher por onde querem tentar publico ou privado mas eu prefiro trabalhar no privado pois ganho mais e são opções…

    Portanto tenhamos vergonha quer FP ou privados de andar às turras pois devíamos era andar todos às turras com quem nos tira e impõe carradas de impostos e se reforma com grandes quantias em poucos anos e ainda nos diz para trabalhar até aos 67 anos e eles podem reformar-se com poucos anitos no governo…isso sim deveríamos reclamar!!!!o resto é pura fantochada que eles mandam e a malta anda entretida com isso e assim eles passam despercebidos…

    Obrigado a todos

      • Caro Eu!! (!) A ADSE compensa quando beneficia dependentes de um funcionário. Quando deixam de ser abrangidos, para uma só pessoa não é muito barata. O desconto é feito sobre a remuneração base e não sobre o ordenado líquido, o que faz toda a diferença. Não há muito tempo fiz uma rápida pesquisa de seguros de saúde e acho que havia com prémios de cerca de 700 euros por ano, o que dá menos de 60 por mês. E o desconto para a ADSE é feito em todos os 14 vencimentos (13.º e subsídio de férias).

          • Ainda há pouco abriu um concurso para o funcionalismo, para técnicos superiores. Não sei se houve muita gente a concorrer mas uma pessoa minha amiga com alguma experiência de trabalho noutros países e que, nessa altura, se encontrava à espera de trabalho, olhou para os ordenados e exclamou “Pobre Portugal!” e continuou a recibos verdes por preferência. A ADSE contou para alguma coisa na decisão? Nadinha. Contam é o salário e as condições de trabalho.

    • Caro Zé da Nespera, elucidativo o seu comentário.
      Só não concordo quando parece sugerir que públicos e privados andam às turras. Às turras uns com os outros? – pergunto eu.
      É que se é isso que quer dizer não me parece que tenha acertado. Os FP. não andam às turras com os do privado. Tentam é defender-se perante as insinuações, geralmente sem fundamento, que surgem do outro lado. Que há F. P. que não merecem o que ganham, é verdade. Mas a grande maioria é honesta, competente e trabalha que se farta. De resto, no sector privado passa-se exactamente a mesma coisa. Generalizar é que é errado.

      • Maioria honesta? Como sabe? Em que factos se baseia? Mostre-me tais dados que PROVAM a honestidade e o seu número. Mostre dados de ambos os sectores a demonstrar que é como diz. “Generalizar é errado” aplique também ao seu comentário.

      • Caro Sérgio,

        O privado anda às turras pq o publico recebe mais e os FP andam às turras pq os privados não descontam sobre tudo o que ganham…é neste sentido!

        Depois existem ainda os privados a querer que os FP trabalhem 40h por semana em vez das 35h por semana(já há FP que trabalham 40 por semana)…não seria melhor fazerem barulho para tb terem as 35h/semana em vez de reclamar que os outros trab 35 e eles 40???

        Em relação ao salário mínimo ser no publico mais elevado que no privado trata-se apenas pq foram acordados com os sindicatos…o governo até queria mais pq tb recebe mais impostos…os patrões é que não quiseram…ainda hoje são os patrões que não querem abrir os cordões à bolsa…querem lucros apenas e reduzir nas despesas mas fazem isso tentando pagar o mínimo possível…depois acertam o resto das contas em esquemas…

        Falam da produtividade mas isso faz-se não só com mão de obra…imagine isto estamos a fazer fotocópias…eu tenho 10 empregados que as fazem uma a uma com 10 impressoras…depois tenho no pais ao lado uma empresa igual com 2 empregados que fazem mais com apenas 2 impressoras…claro que as impressoras não são as mesmas e são automatizadas e capazes de separar logo as folhas e fazem cópias muito mais rápidas…depois eu digo reparem só em PT 10 trabalhadores não fazem o mesmo serviço que 2 alemães…é claro que os alemães estão melhor equipados…

        outro exemplo:

        digo a alguém para levantar uma parede e ele leva um dia…depois no dia seguinte digo a parede não era ali enganei-me parte a parede e faz de novo…levou mais outro dia a fazer a parede e outro a destruir…conclusão 3 dias para fazer uma parede enquanto o outro levou 1 dia…será má produtividade?não é falta de organização de quem está por cima…é isto que falta em PT chefias como deve ser e não chefias para apenas estarem lá…

        Agora pede a um patrão para deixar de comprar o BMW a casa de férias o jeep o barco etc… e investir na empresa em melhores equipamentos e condições para os empregados…dizem logo este tipo é maluco!!!se for preciso gastam milhares em jantares e coisas banais mas na empresa o investimento é o minimo possivel…não há milagres…

        outra coisa importante é a formação se não há formação para o funcionário não há desenvolvimento do mesmo fica estagnado e apenas conhece o que a empresa tem…se fizer formação aprende tecnicas novas outras tecnologias que poderá aplicar na empresa e todos ficam a ganhar…infelizmente em PT não se vê a formação como boa coisa mas sim como um gasto desnecessário que só trás custos e perdas de produtividade pq o empregado não esteve lá aqueles dias…

        Enquanto se pensar assim nunca iremos conseguir sair de onde estamos…os PT lá foram são bons funcionários, pq têm chefias como deve ser, condições como deve ser…essas empresas vem para cá e fazem com que a produtividade aumente e as empresas PT estagnam…pq? tem a ver com chefia, organização, investimento e formação…

        Portanto se houver investimento por parte da empresa todos ganham e lucram com isso e já se pode pagar muito mais a um funcionário…é preciso tb vontade por parte do funcionário para querer evoluir e sair da zona de conforto para realizar outras tarefas que por vezes tb não há vontade…

        Por exemplo na FP digitalizaram muitos serviços e os funcionários que estavam nesses serviços que agora são praticamente autónomos para onde foram?muitos estão encostados sem fazer nada pq não são as funções deles ou pq simplesmente naquele lugar deixou de ter lugar para ele…
        Criaram a mobilidade para os mover para outros locais mas mesmo assim é difícil mudar um sistema rígido de nascença…

        Eu para subir e receber mais tive de fazer formação à minha conta paguei eu do meu bolso para a fazer e ia depois das 8h-10h de serviço e por vezes mais e bastante mais estudar para melhorar os meus conhecimentos…nunca me deram em empresa nenhuma o estatuto de trabalhador estudante e por vezes até viam mal eu ir fazer formação pq depois poderia vir cansado e não render no trabalho…o que é certo é que deu frutos e deixei de receber ordenados baixos mas tive de trabalhar para isso…

        Portanto continuo a dizer que quer publico quer privado tem bons e maus e no publico tem-se um salário base normalmente superior que no privado mas é só mesmo no papel pois no privado ganha-se menos de base mas paga-se muito mas mesmo muito mais em ajudas, etc… é também o meu caso que recebo mais do dobro do salário base em ajudas…

        • Caro Zé da Nespera, Como o entendo. Tive de fazer como Vc. se quis andar para diante, e só eu sei o esforço que fiz, pois aos 26 anos ainda tinha apenas o Ensino Primário. Hoje, a caminho dos 80, ainda não parei de vez.
          Louvo a sua paciência ao dispor-se a tentar abrir os olhos a quem o lê.
          Continue, que esta gente bem precisa que lhe abra os olhos. Não sabemos é se os quere abrir.
          Um bem-haja!

      • A que propósito vem com esse comentário?
        É opcional agora. Recue 10, 20, 30, 40 ou 50 anos e certifique-se da realidade desses tempos.
        Mais, se não tivesse sido criada, os funcionários públicos nem assistência tinham.
        O que não se entende é por que razão se continua (não é o seu caso, aqui) a falar desse subsistema de saúde como que se trate de algo inconcebível e discriminatório em relação a quem não é beneficiário dela.

  6. Maioria honesta? Como sabe? Em que factos se baseia? Mostre-me tais dados que PROVAM a honestidade e o seu número. Mostre dados de ambos os sectores a demonstrar que é como diz. “Generalizar é errado” aplique também ao seu comentário.

  7. À consideração de quem de direito:
    No ano 2002, ano em que acabaram com o Escudo e chegou o Euro, trabalhava em hotelaria – recepção, numa empresa bastante rentável. Nesse tempo, o preço de um quarto duplo variava entre 7.500$00 = € 37.5 e 8.000$00 = € 40 recebia de salário 120.000$00 = € 600 e num universo de 25 empregados, havia 1 ( aprendiz ) que ganhava o salário mínimo.
    Hoje, o mesmo tipo quarto é alugado de € 120 = 24.000$00 a € 150 = 30.000$00 e o meu salário não passa de € 775 = 155.000$00 e no mesmo universo de empregados, há 6 que recebem a miséria do salário mínimo. A teoria é que o negócio está mal e nós a vermos os números da facturação . . .
    Antes havia actualização de salários todos os anos, mas alguém tudo fez para que acabasse – prescrevesse.
    O resto das considerações ficam ao critério de cada um, quando se houve certos cavalheiros apelidarem os trabalhadores como pouco produtivos, veja-se, os números falam por si e as palavras valem o que valem.
    Respeitosamente

    • Já agora porque não tentou mudar para outro emprego???eu tb mudo de emprego quase todos os anos e houve anos em que mudei mais do que uma vez…o ter emprego para toda a vida não compensa…é claro que a mudança nunca é bem vinda o facto de ter de mudar e conviver com outro trabalho ter de ficar a contrato etc…é um risco mas se não fosse assim eu hoje talvez ganha-se apenas pouco mais do que o ordenado mínimo…

    • É verdade! Gostam de acusar os trabalhadores portugueses de pouco produtivos mas esquecem-se de que o grande incentivo é o salário (e boas condições de trabalho). A prova é que esses trabalhadores portugueses “pouco produtivos”, quando emigram para países com bons salários, tornam-se no melhor que há em termos de mão-de-obra.

      • Parece-me que há por aí alguma confusão bastante comum: ser produtivo NADA tem a ver com a quantidade de trabalho realizado!!
        Mesmo em Portugal, os trabalhadores são dos que mais trabalham na Europa!
        Uma coisa é produzir t-shirts de 10€, outra é produzir Porsche’s e outra ainda é produzir alta relojoaria/jóias, etc…
        Não é por acaso que o país mais produtivo da Europa é um pais onde quase nada se produz – o Luxemburgo (seguido da Irlanda) e, onde se trabalha muito menos que que em Portugal (ou do que a Alemanha, por exemplo)!
        A “produtividade” vem das negociatas da banca, dos seguros, etc, etc…
        .
        “Estes são os países mais produtivos (mas não necessariamente os que trabalham mais)”
        jornaleconomico.sapo.pt/noticias/estes-sao-os-paises-mais-produtivos-mas-nao-necessariamente-os-que-trabalham-mais-322920

        • Caro Eu! Parece-me que estes nossos comentários não se contradizem, antes, complementam-se. Nos países que refere, nessas indústrias de ponta, os salários são muitíssimo superiores aos praticados por cá (na nossa indústria incipiente apesar de algumas honrosas excecões) e as condições de trabalho são incomparáveis. A nossa indústria tem sofrido sempre bastantes obstáculos e parece-me que, com esta história do IVA variável para a eletricidade, vai ser mais do mesmo. Em vez de se facilitar o desenvolvimento das empresas concedendo alguns benefícios fiscais que incentivem a produtividade e a expansão, por conseguinte, facilitem aumentos salariais, continua-se a aplicar impostos pesados que incentivam é o estar quieto ou pôr-se a mexer. Mas isso é próprio das políticas esquerdistas em que o Estado tudo controla e tudo oprime. É o nosso caso.

          • Sim, mas a questão é que países mais produtivos pouca ou nenhuma industria tem (Luxemburgo, Irlanda) e, a que tem, pouco ou nada conta para essa produtividade!…
            .
            Não sei se chamaria “políticas esquerdistas” quando um Estado dá milhares de milhões à banca enquanto corta na saúde, educação, etc; quando privatiza ao desbarato empresas publicas (lucrativas!) de serviços essenciais (correios, electricidade, aguas, lixo, etc), etc, etc…
            Também não vejo onde o Estado controla tudo, quando temos casos como o do Totta, do BPN, do BPP, do BES, da PT, das PPP’s ruinosas, etc, etc…

            • Procure dados sobre as economias desses paíse, Luxemburgo e Irlanda. Verá que isso que diz das suas indústrias não é nada assim.
              Sobre o resto, acho que tem razão. Os socialistas portugueses dão uma no cravo, outra na ferradura. Política de agradar a gregos e a troianos. Não quero dizer que isso seja necessariamente mau. Mas algumas dessas privatizações começaram com o governo de coligação no tempo da Troika. A da TAP, por exemplo, foi parcialmente revertida pelos socialistas. Quando escrevi que o Estado controla tudo não quis dizer que fiscaliza de forma competente ou que faz bons negócios para o País (fazem bons negócios para eles e para os amigos). É mais no sentido de legislar o mercado em demasia, impedindo-o de evoluir mais livremente (tem que haver algum controlo, claro, no sentido de evitar imoralidades).

      • Zbraitlin
        Não são só os salários! São os métodos de trabalho, a organização e o rigor, são sindicatos responsáveis e patrões com consciência social e cívica.
        Por cá há muito azeiteiro armado em patrão, que adora explorar e enriquecer em 2 dias e há muito sindicalista politizado, “defensor do trabalhador”, que nunca fez um parafuso na vida e cuja preocupação está mais centrada no ego e na promoção mediática e do partido. Tudo isto é comum no publico e no privado.
        Quando as mentalidades mudarem, aí sim, passaremos a ter maior produtividade.

        • Na verdade, a produtividade pouco ou nada tem a ver com “trabalho”…
          Tal como referi, não e por acaso que o Luxemburgo é o país mais produtivo da Europa (do mundo!), bem à frente da Alemanha – país que, em métodos de trabalho, organização, rigor, patrões com consciência social e cívica e sindicatos responsáveis, etc, mete o Luxemburgo num bolso (e praticamente todos os outros países europeus)!…

        • Triste realidade, essa dos “azeiteiros armados em patrões”, sempre a fugir aos impostos e que só mantêm a empresa a funcionar até terem o seu mercedes e a sua casa com piscina. Depois é declarar uma falência fraudulenta e o Estado que pague o subsídio de desemprego aos trabalhadores. Nunca percebi como é que a Justiça não os apanha…

  8. Vamos por partes: Antes do 25 de Abril, os funcionários públicos recebiam MUITO menos que no privado e para progredir na carreira era por concurso e tinha que haver vagas, ou seja quando alguém “morria” porque para a reforma ninguém queria ir. Veio o 25 de Abril, houve aumentos e na época da vacas gordas Cavaco tratou de CRIAR UM MONSTRO ( quem o disse foi o seu delfim Miguel Cadilhe) que lhe chamou o Pai do monstro. Hoje toda a administração pública está muito acima da média do privado, não há dúvida e continuam a puxar com a ajuda do PCP/BE que só olham para os funcionários públicos-. Se tiverem alguma dúvida, basta consultar os níveis/idade de reforma dos privados e função pública.

    • Caro Emanuel, cuidado com a ideia errada a que as médias nos conduzem. Dizer que «toda a administração pública está muito acima da média do privado» é tentar iludir a opinião pública. Porque não é assim. Primeiro porque não há funções iguais em ambos os sectores. E se selecionar um número de trabalhadores do privado idêntico ao nº de trabalhadores da administração pública e com salários equivalentes não verá diferença.
      Se selecionar um nº de trabalhadores da administração pública com os salários mais elevados e um nº igual de trabalhadores do privado também com os salários mais elevados encontrará um resultado curioso.

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