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Regresso às aulas. Regras permitem sentar dois alunos por carteira

Rodrigo Antunes / Lusa

As novas orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) prevêem que dois alunos possam sentar-se na mesma secretária no regresso às aulas presenciais, mantendo um distanciamento físico de pelo menos um metro “sempre que possível”. Por seu lado, os especialistas aconselham o uso de máscara a partir dos seis anos.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) enviou orientações às escolas para a preparação do novo ano letivo. O documento com as orientações para as escolas prevê medidas como “circuitos diferentes, utilização de máscaras por toda a comunidade educativa, uma determinada disposição das carteiras nas salas, uma determinada utilização dos espaços e a sua higienização”, sendo semelhante ao documento que já se encontra em vigor.

Uma das medidas permite que dois alunos partilhem a mesma secretária, mas a recomendação geral passa por existir um distanciamento físico de pelo menos um metro “sempre que possível”. Esta medida permite que as escolas não alterem as configurações das salas.

“Sempre que possível, deve garantir-se o distanciamento físico de pelo menos um metro”, disse Graça Freitas, diretora-geral de Saúde, esta quarta-feira, citando o documento assinado pela DGS e pelas direcções gerais de Educação e dos Estabelecimentos Escolares.

De acordo com o jornal Público, que falou com Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, a expressão “sempre que possível” dá “mais margem às escolas para se organizarem”.

Por outro lado, “garantir um metro entre os alunos é uma improbabilidade, tendo em conta a forma como as turmas foram construídas e o tamanho das salas de aulas”, disse Manuel Pereira, da Associação dos Diretores de Escolas (ANDE).

Normalmente, as salas de aula têm entre 45 e 50 metros quadrados. Para garantir o distanciamento mínimo, apenas caberiam entre 12 a 14 alunos, quando há turmas com entre 28 e 30 estudantes. Além disso, as escolas têm normalmente carteiras duplas, pelo que não restarão muitas soluções que não sejam sentar os estudantes lado a lado.

No ensino privado, também os colégios têm dificuldades em seguir as diretrizes da DGS. No colégio Valsassina, em Lisboa, cada turma terá uma sala de uso exclusivo e as carteiras terão o nome do aluno respetivo. Essa é a solução que as escolas públicas estão a estudar para reduzir as necessidades de higienização do espaço entre cada utilização.

Ambos os regimes escolares ainda precisam de estudar, de acordo com o Público, a redução de cruzamento entre os alunos nos corredores e espaços comuns, a limpeza constante das casas de banho e o uso dos bufetes e refeitórios.

O Público relata ainda que os especialistas aconselham o uso generalizado e obrigatório de máscara a partir dos seis anos, aulas por turnos com horários desencontrados, desinfetante e sabão à disposição e ventilação adequada dos espaços.

O Governo quer regressar às aulas presenciais para todos já em setembro. O regime presencial é a primeira opção de preferência, caso haja condições. Para este regime, as escolas terão uma capacidade de “gestão mais flexível dos horários, dos espaços escolares e dos créditos horários”.

O Ministério preparou três cenários distintos para o ano de 2020/2021: regime presencial, misto e não presencial. O objetivo será cobrir todas as hipóteses que podem vir a ser necessárias tendo em conta a evolução da pandemia em Portugal.

O regresso às escolas será entre 14 e 17 de setembro. O próximo ano escolar vai ter mais dias de aulas, devido a um encurtamento das férias da Páscoa e a um terceiro período mais longo.

ZAP //

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