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Ativistas querem impedir corruptos de viajar em 1ª classe

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(dr) Singapore Airlines

Uma organização não governamental divulgou uma série de ideias criativas para combater a corrupção, entre elas o banimento de corruptos da primeira classe de voos.

A ideia das propostas da ONG global One é tornar a corrupção um “alvo cultural” e atingir corruptos nas atividades que eles mais gostam.

Uma das principais propostas é criar uma lista negra de corruptos a ser adotada por companhias aéreas, impedindo as pessoas sinalizadas de viajar em primeira classe. Já existem listas semelhantes, por exemplo, de pessoas com histórico de comportamento inapropriado em voos.

Os ativistas que criaram a ideia afirmam que o objetivo é “tornar mais difícil e menos agradável para os corruptos gastar os seus recursos ilícitos“.

A ideia de propostas como esta é dar início a um debate sobre ideias mais criativas para combater a corrupção, desafiando o estilo de vida de luxo enquanto se aperta o cerco contra brechas na legislação que facilitam práticas ilegais.

De olho no consumo

Também há ideias baseadas em campanhas de consumo ético, uma das quais propõe a criação de um selo atestando que determinado produto foi feito numa cadeia de produção livre de corrupção.

A organização sugere ainda que sejam adotados processos mais transparentes nas transações e comércio de produtos de luxo – assim como o fim do sigilo sobre posse desses bens de alto valor.

Em tese, quando é possível saber quem adquire arte, jóias, carros e outros bens muito caros, os compradores podem chamar a atenção para a origem e legalidade dos seus recursos.

Essas propostas refletem a frustração de constatar que, mesmo quando a corrupção é evidente, os beneficiários, sejam indivíduos ou empresas, parecem passar ao largo de qualquer restrição.

A escala do problema ficou evidente com o escândalo dos Panama Papers, que evidenciou um mundo de poder, política e muita riqueza anónima.

Os ativistas da One estimam que a corrupção desvie um bilião de dólares (cerca de 877 mil milhões de euros) dos países mais pobres do mundo – cálculo que classificaram como o trillion dollar scandal.

A organização defende tratar-se de um problema de vida ou morte, uma vez que o dinheiro poderia estar a ser gasto, por exemplo, em saúde e alimentação para países em desenvolvimento.

“A corrupção atinge de forma mais dura os mais pobres”, diz David McNair, diretor de Transparência da One, que afirma ainda que os países desenvolvidos não deveriam pensar na corrupção como algo que acontece em países distantes, e que ” é preciso regular as redes financeiras em locais como Londres e Nova Iorque”.

A One está a tentar convencer o Primeiro-ministro britânico David Cameron a fazer o governo britânico combater o sigilo de donos e beneficiários de empresas e trusts.

ZAP / BBC

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