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“Se é possível vacinar, vacine-se”, diz Marcelo sobre AstraZeneca. Mas Infarmed prepara restrições

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Fred Tanneau / AFP

À semelhança de outros países da União Europeia, Portugal está a ponderar a imposição de um limite de idade para a administração da vacina da AstraZeneca. A decisão deverá ser conhecida ainda esta quinta-feira.

A vacina da AstraZeneca deverá deixar de ser administrada a todos os portugueses elegíveis para a inoculação contra o vírus pandémico, avança o jornal Expresso, que sabe que os peritos do Infarmed estão a avaliar a possibilidade de administrar a vacina apenas às faixas etárias mais velhas.

De acordo com o Diário de Notícias, a vacina deverá ser apenas administrada a maiores de 60 anos, já que a Circular Informativa 43/2021, publicada esta quinta-feira pela autoridade do medicamento em Portugal, dá conta de que os 62 casos de trombose dos seios venosos cerebrais e os 24 casos de trombose esplâncnica, 18 dos quais fatais, ocorreram em pessoas com menos de 60 anos.

Aliás, os casos relatados à EMA através do sistema de farmacovigilância dos países da UE são, na sua maioria, de mulheres entre os 18 e os 60 anos nas duas semanas seguintes à vacinação.

No mesmo documento, o Infarmed refere ainda que – apesar de este efeito ter sido detetado num número muito de baixo de pessoas vacinadas na UE – as pessoas vacinadas que tenham sintomas duas semanas após a vacinação devem procurar de imediato assistência médica.

O Infarmed reforça ainda que os profissionais de saúde que estão na administração de vacinas serão informados das alterações que vierem a ser definidas para Portugal e que devem estar atentos aos sintomas dos utentes informando-os do que devem fazer.

A decisão de aplicar restrições à administração da vacina da AstraZeneca, já tomada por vários países europeus, deverá ser anunciada ainda esta quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) após reunião da Comissão Técnica de Vacinação.

Ainda esta quinta-feira à noite, o Gabinete de Crise para a covid-19 da Ordem dos Médicos vai reunir-se para analisar as recentes informações sobre a vacina e o papel dos médicos em caso de suspeita de reações adversas.

Na quarta-feira, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) reconheceu que “existe uma possível ligação entre a administração da vacina e a ocorrência de coágulos sanguíneos invulgares combinado com nível baixo de plaquetas e que este efeito indesejável deve ser incluído no resumo das características do medicamento e folheto informativo”.

A EMA reforçou, ainda assim, que os benefícios da vacina superam em muito os riscos e que a vacinação deve manter-se sem restrições.

“Se é possível vacinar, vacine-se”, diz Marcelo

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu esta quinta-feira, em declarações à RTP, que a vacina da AstraZeneca “tem mais prós do que contras”, o que justifica que continue a ser utilizada.

O presidente da República afirmou “que todas as vacinas têm reações, umas mais graves, outras menos graves, mas felizmente em Portugal não há notícias de reações particularmente graves”.

Não podemos atrasar o ritmo da vacinação. Se é possível vacinar, vacine-se. O mês de abril é crucial para podermos chegar a maio já sem estado de emergência e com o desconfinamento bem-sucedido”, disse, sublinhando também a importância da testagem.

Questionado sobre as divisões entre os Estados-membros nesta matéria, que continuam a verificar-se mesmo depois de a EMA ter anunciado que os benefícios da vacina continuam a superar os riscos, e sobre a posição de Portugal em relação ao assunto, o Presidente da República defendeu que o país “deve vacinar intensamente”.

Sobre divisões existentes relativamente aos países da União Europeia, o Presidente respondeu que “a Europa é assim” e que a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia tem tido “muita paciência”.

“Tem tentado unir o mais possível, numa situação em que quem produz e fornece as vacinas não tem estado à altura do que se esperava, em termos de rapidez e celeridade”, disse.

Sofia Teixeira Santos, ZAP //

5 Comments

  1. Tenho Medico de Família a Anos, é nele que deposito a minha confiança, não nas Doutoras. Graça, Temido, Especialistas de todos os horizontes, Militares ou até, muito menos Políticos!….Se un Dia decidir de ma Vacinar, será o meu Medico no qual confio, que me irá prescrever a Vacina mais adequada ao meu estado de Saúde. Não sou nenhum animal de laboratório !..Mas não critico, de forma nenhuma quem opta por a tomar !

  2. Sua Excelência o Sr. Presidente da República, pode tomar a vacina da AstraZeneca no meu lugar. Está a fazer-lhe mais falta do que a mim!

    • O PR já tomou! E olha que os políticos foram quase todos, ou mesmo todos, vacinados com a vacina da Astrazeneca. Pelo menos o Costa foi!

  3. “Os benefícios superam os riscos…” Claro que sim!! O que são meia dúzia de mortos?? O que interessa é salvar o Orçamento!!

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