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Assessores de Trump tiveram “reuniões secretas” com militares rebeldes da Venezuela

Miguel Gutierrez / EPA

As reuniões visavam organizar um golpe para derrotar o Presidente venezuelano, Nicolás Madiro

Assessores do Presidente norte-americano terão tido “reuniões secretas” com militares rebeldes venezuelanos, em 2017, para discutir e organizar planos que visavam derrotar Nicólas Maduro. 

De acordo com o The New York Times, que avançou a notícia neste sábado, Donald Trump acabou por não apoiar uma suposta conspiração para derrubar Maduro.

Os militares venezuelanos – que já tinham procurado acesso direto à administração norte-americana durante a presidência de Barack Obama – disseram representar centenas de milhares de oficiais das Forças Armadas Venezuelanas, insatisfeitos com o “autoritarismo de Maduro”, revela o jornal.

As reuniões secretas começaram no outono do ano passado, tiveram continuidade este ano e os militares venezuelanos, segundo o NYT, pediram rádios encriptados, para comunicações mais seguras, “enquanto desenvolviam um plano para instalar um governo de transição para administrar o país, até que fosse possível realizar eleições”.

O material pretendido, porém, não foi fornecido, e os planos acabaram após a detenção de vários “conspiradores”, pelas autoridades venezuelanas.

O jornal nova-iorquino, que diz ter falado com funcionários da Casa Branca e um ex-comandante militar venezuelano, envolvidos nos contactos, precisa que o representante dos EUA nas reuniões não esteva autorizado a negociar “nada de substancial”, embora os militares venezuelanos esperassem receber também orientação e ideias.

Entre os rebeldes encontravam-se membros das forças de segurança que Washington identifica com vários crimes, da tortura de presos políticos ao tráfico de droga e à colaboração com as FARC da Colômbia, identificada como organização terrorista pelos EUA.

O Governo venezuelano já reagiu à notícia do jornal norte-americano, vinculando os EUA com o atentado falhado do passado dia 4 de agosto, contra Nicolás Maduro, e convocou, para terça-feira, uma marcha contra o imperialismo.

“O Governo dos EUA reconhece ter tido pelo menos três reuniões com militares golpistas para dar um golpe de Estado. O magnicídio em grau de frustração foi dirigido pelo imperialismo. Quem tem dúvidas?”, disse o número dois do chavismo e também presidente da Assembleia Constituinte, Diosdado Cabello.

No dia 4 de agosto, duas explosões, que as autoridades venezuelanas dizem terem sido provocadas por dois drones, obrigaram o Presidente da Venezuela a abandonar rapidamente a cerimónia de celebração do 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar), que estava a decorrer em Caracas. Pelo menos 43 pessoas foram detidas, entre as quais vários militares.

O NYT conta também que a abordagem de um grupo de rebeldes foi feita através da embaixada dos Estados Unidos num país europeu.

ZAP // Lusa

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