Assessor de Boris cometeu infração ao confinamento, conclui polícia

Andy Rain / Epa

Dominic Cummings, atual chefe de gabinete do primeiro-ministro Boris Johnson

A polícia britânica concluiu que Dominic Cummings, assessor do primeiro-ministro, Boris Johnson, cometeu uma violação “menor” das regras de confinamento introduzidas para combater o novo coronavírus, mas não pretende abrir um processo.

Cummings admitiu ter conduzido cerca de 400 quilómetros até a casa de seus pais, em Durham, no nordeste da Inglaterra, durante o confinamento, e depois ter viajado até uma localidade turística, a 50 quilómetros de distância.

A polícia de Durham disse hoje que o segundo trajeto, até à vila de Barnard Castle, poderia ser considerada “uma pequena violação” das regras do confinamento, e que justificaria a intervenção “se ele fosse apanhado em flagrante. Porém, acrescentou, “não há intenção de tomar medidas retrospetivas”.

Boris Johnson resistiu à pressão para demitir Cummings da oposição e de dezenas de deputados do próprio partido, argumentando que o assessor agiu de forma “responsável” e dentro da lei e que “seguiu os instintos de qualquer pai”.

Cummings defendeu-se, dizendo que viajou para garantir que seu filho de quatro anos pudesse ser cuidado pela família se ele e a mulher ficassem incapacitados com sintomas do coronavírus.

A viagem a Barnard Castle, explicou, destinou-se a testar a capacidade de visão, que terá sido afetada pela doença, antes de regressar a Londres em meados de abril.

Uma sondagem publicada na quarta-feira pelo jornal Daily Mail indicava que 66% dos inquiridos eram a favor de demissão de Cummings e só 17% estavam contra.

O Reino Unido é atualmente o país com o segundo maior número de mortes, atrás dos EUA, tendo registado 37.048 mortes e 267.240 casos de contágio durante a pandemia, segundo o balanço de quarta-feira do Ministério da Saúde britânico.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 355 mil mortos e infetou mais de 5,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 2,2 milhões de doentes foram considerados curados.

// Lusa

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