As baterias dos elétricos vão deixar de “passar frio”

Toyota

Uma nova descoberta na química das baterias vai permitir que os carros elétricos percorram distâncias maiores e carreguem mais rapidamente, a temperaturas extremas, que variam de -80°C a 60°C.

Tanto o frio como o calor vão deixar de ser um problema para os elétricos.

Uma nova tecnologia na química das baterias vai fazer com que, mesmo em temperaturas extremas,os  veículos elétricos (VEs) percorram maiores distâncias e carreguem mais rapidamente.

Como nota a New Scientist, tanto altas temperaturas como baixas afetam negativamente o desempenho das baterias de ião lítio dos veículos elétricos, nomeadamente quando sistemas de aquecimento ou ar condicionado são utilizados.

Um estudo publicado em 2019 pela American Automobile Association mostrou que, por exemplo, a -7°C o alcance médio dos elétricos cai 41%.

Agora, com a intenção de combater tais limitações, um grupo de investigadores da Universidade de Zhejiang, na China, desenvolveu um novo tipo de eletrólito, ideal para temperaturas baixas, que melhora o desempenho da bateria e possibilita carregamento rápido.

O estudo, publicado recentemente na Nature, revelou que os iões lítio fluem mais rapidamente através de eletrólito feito de fluoroacetonitrila (FAN).

“Este eletrólito é provavelmente o componente mais importante dentro de uma bateria para permitir operações a baixa temperatura e carregamento rápido,” explicou à New Scientist, Feng Lin, do Virginia Tech (EUA).

Os resultados indicaram que a -70°C, por exemplo, a condutividade do eletrólito de FAN era 10.000 vezes superior à de eletrólitos padrão.

Quanto à autonomia, aos testes mostraram também que este tipo de bateria manteve grande parte da sua capacidade em temperaturas extremamente baixas, retendo 76% da capacidade a -35°C e 51% a -80°C.

O estudo revela que as “novas baterias de FAN” conseguem operar numa vasta gama de temperaturas, de -80°C a 60°C – uma melhoria significativa em relação às baterias comerciais atuais, que geralmente funcionam entre -20°C e 55°C.

No entanto, a comercialização de novas baterias com esta química avançada ainda não está para breve.

Além disso, como refere o artigo da New Scientist, o custo elevado da FAN – cerca de 40 euros por grama comparado a 0,05 euros do eletrólito comum – é outro obstáculo.

Miguel Esteves, ZAP //

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