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Arranha-céus matam centenas de milhões de aves todos os anos

Gerardo Pesantez / World Bank

Cientistas estimam que pelo menos cem milhões de aves morrem por ano nos EUA quando colidem com arranha-céus. Os edifícios cobertos de vidro e iluminados são os prédios que mais confundem os animais.

Esta estimativa de mortes — que tem como figura base os cem milhões de aves por ano — pode estender-se até aos mil milhões de animais.

A cidade de Chicago — com várias superestruturas de vidro e tráfego aéreo intenso durante a época das migrações — é a mais perigosa dos Estados Unidos para estes animais. Anualmente, mais de cinco milhões de aves pertencentes a 250 espécies percorrem esta cidade norte-americana no outono e primavera.

O horizonte de Manhattan é outra armadilha, especialmente em época de migrações. “Estas aves aterraram num local que não lhes é familiar, como um passeio, por exemplo. Quando chega o dia, voarão até a uma árvore, ou algo que lhes parece ser uma árvore, mas, é apenas o reflexo de uma num edifício. Esbarram no vidro e morrem”, explica Susan Ebin, diretora de conservação e ciência na Audubon, ONG de defesa das aves.

Esta organização nova-iorquina conduz estudos que monitorizam o número de aves que morrem desta maneira. Só em Nova York, todos os anos, estimam-se que sejam 200 mil. Numa escala nacional, o centro migratório do Smithsonian estima que morram entre cem milhões e mil milhões de aves nos Estados Unidos, com algumas espécies a serem mais afetadas do que outras.

Embora desiludidos com os números, os ativistas afirmam que este tipo de estudos servem para identificar a raiz do problema e reduzir os fatores que causam fatalidades.

Kaitlyn Parkins, bióloga na Audubon, partilha o mesmo pensamento. “Sempre que nova literatura científica é publicada, aprendemos mais sobre o problema e localizamos as melhores soluções usando a ciência”, afirma, citada pelo The Guardian.

De acordo com Kaitlyn Parkins, desligar as luzes destes arranha-céus, durante a noite, no período migratório será um primeiro passo simples e faria toda a diferença. Estados como Nova Iorque e o Minnesota já participaram nesta iniciativa, com os edifícios públicos a desligarem todas as luzes durante a noite.

Os ativistas também pretendem que os edifícios tenham designs que ajudem as aves. São Francisco e Toronto já adotaram algumas guias para a construção de novos arranha-céus. Em janeiro, foi a vez do Congresso norte-americano receber uma proposta apoiada por ambos os partidos para que os edifícios federais sejam sujeitos a estas regras que facilitam o processo migratório destas aves.

ZAP //

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