Aguiar-Branco deve presidir à AR, mas partidos não se entendem: ainda andam a mexer cadeiras

António Cotrim / Lusa

André Ventura (Chega) com Hugo Soares (PSD) na primeira sessão plenária da nova legislatura

Uma confusão de lugares e uma disparidade entre os que já têm propostas e os que ainda nem têm líderes. Começa a primeira sessão parlamentar, com Aguiar-Branco na frente.

Há mais partidos na Assembleia da República, 44 novos deputados, e alguns estão desconfortáveis com o lugar que ocupam na nova redistribuição de lugares. Assim assegurou esta seugnda feira ao Expresso o porta-voz da conferência de líderes, Jorge Paulo Oliveira.

Não há unanimidade, há forças políticas que se opõem a esta distribuição, é apenas válida para sessão de amanhã”. O jogo dos lugares continua, com partidos centristas como o PAN e o JPP a sentarem-se à esquerda, entre o PS e o Livre.

E a fila da frente é a mais cobiçada: todos querem um lugar entre os maiores. A questão resolveu-se com a adição de mais uma cadeira à fila da frente, conta Jorge Paul Oliveira em declarações aos jornalistas. Desta forma, o PSD fica com 8 deputados na primeira fila, o Chega e o PS com 5, o Livre e a Iniciativa Liberal com 2 e o CDS e o PCP com 1. O Bloco de Esquerda sobe para a segunda fila, atrás do PCP.

Mas este são apenas lugares provisórios, com deputados do PCP e do Livre, segundo avança a Renascença, a mostrarem desagrado com o facto de não ficarem juntos, mas sim distribuídos na diagonal.

Presidência da AR e líderes parlamentares

Há muito trabalho a fazer esta terça feira: durante a tarde, após a primeira sessão da nova legislatura que já decorreu durante a manhã (e durou pouco mais de 5 minutos), será eleito o presidente da Assembleia, os vice-presidentes, os secretários de mesa e o Conselho de Administração.

Os dois principais partidos da oposição, Chega e PS, já garantiram que não se oporão à escolha de Aguiar-Branco (que presidiu a primeira sessão) para a presidência da AR, pelo que a decisão está praticamente tomada.

Alguns grupos parlamentares têm já o líder escolhido: é caso da AD, que mantém Hugo Soares na frente, da Iniciativa Liberal, que aposta em Mariana Leitão (e Rodrigo Saraiva para vice-presidente do Parlamento), do Livre, que mantém Isabel Mendes Lopes, e do PCP, com Paula Santos.

Nos dois principais partidos da oposição, ainda não há líderes. Pedro Delgado Alves assume provisoriamente o cargo no PS, mas de acordo com a SIC a escolha de José Luís Carneiro, que deverá liderar o partido, recai sobre Eurico Brilhante Dias.

Já o Chega ainda não assumiu a permanência de Pedro Pinto no papel, e Ventura assegura que vai apresentar um governo-sombra, ou seja, uma espécie de governo alternativo ao real, com membros da bancada a desempenhar um papel em “ministérios” dentro do partido.

Propostas e afastamento de revisão constitucional

E há mesmo quem já traga propostas para cima da mesa. É o caso do Livre, que avançou que irá propor uma comissão parlamentar de inquérito ao apagão e a regulamentação do Fundo de Emergência para a Habitação. Com o PCP, partilha a vontade de reconhecer a Palestina como estado soberano. O PAN também já traz ideias como tornar a violação um crime público.

Esta terça feira, por outro lado, a AD reforçou que a revisão constitucional que o Chega e a Iniciativa Liberal apoiam “não é uma prioridade”. Pedro Delgado Alves, do PS, concorda, e garante que isso só trará “instabilidade em cima de instabilidade”, Hugo Soares diz que “não resolve os problemas das pessoas”, mas Pedro Pinto discorda: se Montenegro não rever a Constituição, “está a trair o voto dos portugueses”.

Carolina Bastos Pereira, ZAP //

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