A rainha Hatchepsut foi a certa altura a pessoa mais poderosa do antigo Egito. Porém, nos anos seguintes ao seu reinado, os seus sucessores terão tentado passar uma borracha na sua história.
Para contrariar esse “final infeliz”, arqueólogos do Instituto Arqueológico Alemão acreditam ter encontrado algumas relíquias que nos dão a conhecer mais do que foram os seus tempos de glória.
Os investigadores descobriram blocos esculpidos, que podem fazer parte de um edifício erguido durante o reinado de Hatchepsut, em Elefantina, uma ilha no rio Nilo.
Apesar da maioria dos blocos estarem destruídos, os recentemente encontrados pelos investigadores sugerem ter sido alterados, numa tentativa de remover a memória da grande rainha.
De acordo com o conceituado egiptólogo James Henry Breasted, Hatchepsut, que governou entre 1478 a.C e 1458 a.C, foi a “primeira grande mulher da história” de que há conhecimento.
Durante o seu reinado, a rainha terá mesmo usado uma barba falsa e trajes tipicamente másculos para assumir a “persona” de faraó do sexo masculino.
Mas apesar de ser considerada uma figura proeminente no mundo antigo, um dos blocos mostra que o seu nome foi apagado e outro mostra que a sua imagem como mulher foi substituída pela de um rei diferente.
Especialistas acreditam que o “responsável” por essas alterações foi o seu enteado Tutmósis III, conhecido pelo seu génio amargo, ressentido e invejoso.
Quando finalmente subiu ao trono, Tutmósis III terá conduzido uma destruição maciça de quaisquer vestígios deixados por Hatchepsut, incluindo muitos dos seus monumentos.
Encontrar estes blocos esculpidos, que parecem ter mostrado inicialmente a rainha como uma mulher, foi assim um grande motivo de alegria para os arqueólogos.
ZAP / Hypescience