José Cruz / Agência Brasil
Cristina Kirchner, Presidente da Argentina
O governo argentino anunciou esta sexta-feira ter reembolsado uma dívida de três mil milhões de dólares a organismos multilaterais, como o Banco Mundial ou o Banco Interamericano de Desenvolvimento.
Para efetuar o pagamento de 3.043 milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros), Buenos Aires usou as reservas de dívidas, precisou o governo.
Esta transação surge quando a Argentina trava nos Estados Unidos uma batalha judicial contra fundos especulativos, que levou ao bloqueio de 539 milhões de dólares de reembolsos de Buenos Aires a credores privados restruturados.
A Argentina não pode honrar este reembolso de 539 milhões devidos a 30 de julho, na sequência da decisão de um juiz norte-americano Thomas Griesa, que obriga Buenos Aires a pagar, primeiro, 1,3 mil milhões de dólares ao “NML” e “Aurelius”, dois fundos especializados na compra de dívida de risco.
Na quarta-feira, as negociações para a compra, por um grupo de bancos (JPMorgan, Chase, Citigroup, HSBC, Deutsche Bank), desta dívida de 1,3 mil milhões de dólares da Argentina àqueles dois fundos, fracassou.
Na quinta-feira, a presidente argentina, Cristina Kirchner, numa guerra contra estes fundos há anos, anunciou ter iniciado um processo judicial contra a empresa norte-americana “Donnelley”, propriedade do fundo NML, no âmbito da “lei antiterrorista” argentina.
As autoridades argentinas suspeitam que a “Donnelley”, uma gráfica que despediu na passada semana 400 funcionários, de “falência fraudulenta”, acusando-a de “querer semear o pânico” e de “alterar a ordem económica e criar inquietação na população”, numa altura em que a economia argentina está em dificuldades, enfrentando uma situação de bancarrota pela 2ª vez em 13 anos.
/Lusa
