António Costa: “Não me chamem arrogante”

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Nuno Veiga / Lusa

Entrevista feita antes da saída de Pedro Nuno Santos: “Não fui contratado para agradar ou apaparicar os comentadores”.

António Costa foi eleito personalidade do ano pelo jornal Correio da Manhã e, por isso, concedeu uma entrevista à CMTV ainda antes do Natal.

Ou seja, toda a conversa decorreu na semana anterior à demissão de Pedro Nuno Santos, ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação.

Ainda sem esse tema para debater, um dos focos desta entrevista foi outra entrevista, que o primeiro-ministro concedeu à revista Visão.

Entre diversos excertos que foram comentados ao longo de dias – como o dos “queques que guincham” – o primeiro-ministro foi criticado por Pedro Siza Vieira (amigo e antigo colega de Governo).

“É uma entrevista de alguém que está completamente instalado, muito confortável na sua posição, hiper-confiante, e é aí que alguma coisa dá uma sensação de desconforto a quem lê. É uma maneira de falar que me sugere aquela expressão grega húbris. Aquela tentação, aquele sentimento de quem que se sentia infalível e que punha em causa os deuses”, disse Siza Vieira, lembra o Observador.

Na CMTV, o primeiro-ministro disse que nunca fica “magoado” com os comentadores.

Sem mencionar Siza Vieira, comentou: “Não me chamem arrogante. Não fui contratado para agradar ou apaparicar os comentadores. Ou para andar preocupado com os comentadores”.

Costa reforçou a ideia de não ter como objectivo ser presidente da República e repetiu que vai continuar a liderar o Executivo até 2026.

António Costa voltou a ser abordado sobre o recado que deixou a Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, por causa das cheias: “Pergunte-lhe porque é que ele não me contactou, que tive a casa inundada”.

E voltou a pedir desculpa pelo comentário feito com a jornalista: “Foi um disparate que fiz e pedi desculpa pelo disparate. São as fragilidades de ser um humano”.

Sobre o caso do aeroporto, no qual Pedro Nuno Santos anunciou uma proposta sem falar antes com o primeiro-ministro, António Costa admitiu que esse foi o caso mais grave no seu Governo, até agora.

O resto são “casos e casinhos”. Incluindo a demissão de Miguel Alves: “Nada do que fez (em Caminha) estava relacionado com o Governo e com a actividade do Governo”.

ZAP //

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