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Ano letivo atípico. Grécia adia início das aulas, 50 mil alunos faltaram nos Países Baixos

Rodrigo Antunes / Lusa

O início do ano escolar na Grécia foi adiado em uma semana, para 14 de setembro, à semelhança do que aconteceu em Nova Iorque, onde o regresso às aulas só deverá acontecer 11 dias depois do previsto. Nos Países Baixos, o receio da covid-19 levou 50 mil alunos a faltarem.

Na Grécia, o ano letivo foi adiado para 14 de setembro “com medidas de higiene rigorosas”, anunciou a ministra grega da Educação, Niki Kerameus, numa conferência de imprensa. “Todas as turmas de todo o país vão voltar às aulas no dia 14 de setembro, um tempo que é necessário, já que nem todas as pessoas voltaram ainda das férias.”

O início do ano letivo estava inicialmente previsto para 7 de setembro. O Governo grego pediu aos pais dos estudantes que voltassem das férias de verão mais cedo para permitir que os alunos ficassem pelo menos dez dias em casa antes do início do ano letivo.

No entanto, de acordo com o porta-voz do governo, Stelios Petsas, “cerca de 85% dos atenienses voltaram das férias”, o que não permite manter o retorno em 7 de setembro.

As máscaras serão obrigatórias para alunos e professores em todas as classes e “distribuídas gratuitamente a todas as escolas públicas e privadas”, disse Niki Kerameus. Cerca de cinco milhões de máscaras de tecido serão distribuídas a alunos e professores.

Para evitar a propagação do vírus, todos os alunos do país também receberão uma “garrafa de água“. Serão ainda colocados recipientes de álcool em gel em todos os estabelecimentos, que serão desinfetados regularmente.

As viagens escolares e seminários estão, no momento, cancelados e os intervalos escolares serão organizados de forma escalonada, para que as turmas não estejam todas ao mesmo tempo no pátio.

O horário das creches e das escolas primárias será estendido para evitar que os avós cuidem das crianças à tarde, como é da tradição grega. Testes aleatórios de covid-19 também podem ser realizados em determinados estabelecimentos, especificou, por fim, a ministra da Educação.

Nova Iorque atrasa início das aulas

As autoridades de Nova Iorque, que ao contrário de outras cidades norte-americanas decidiu voltar às aulas presenciais, anunciaram também na terça-feira que vão atrasar o seu início para dar mais tempo aos professores para prepararem o regresso.

As aulas presenciais na cidade norte-americana de Nova Iorque foram interrompidas, devido à pandemia do novo coronavírus, em março passado, e o ensino passou a ser realizado de forma remota.

O anúncio do adiamento está a ser interpretado como um recuo do presidente da câmara nova-iorquina, uma vez que o democrata Bill de Blasio afirmou, durante os últimos meses, que os mais de um milhão de alunos matriculados nas escolas públicas de Nova Iorque precisavam de regressar aos estabelecimentos de ensino e retomar as aulas presenciais no início do outono.

Apesar de sistemas escolares de outras grandes cidades dos EUA, incluindo Chicago, Los Angeles, Miami ou Houston, terem decidido arrancar com o ano letivo de forma remota e sem aulas presenciais, Bill de Blasio sempre seguiu um plano que previa uma reabertura híbrida das salas de aulas em 10 de setembro, data agora adiada para 21 de setembro.

50 mil alunos faltam às aulas nos Países Baixos

Cerca de 50.000 alunos dos Países Baixos terão faltado aos primeiros dias de aulas por receio da pandemia de covid-19, segundo estimativas anunciadas no dia em que se concluiu o recomeço faseado das aulas presenciais no país.

De acordo com uma sondagem realizada pela organização educativa Ouders & Onderwijs, cerca de 2% dos alunos não terão regressado à escola e, enquanto a maioria dos pais, 61%, estima que o risco de contágio na escola é baixo, outros 11% têm sérias preocupações porque acreditam que o perigo é “demasiado grande”.

A diretora da organização, Marieke Boon, explicou que há uma “grande diferença” na forma como as escolas abordam a educação e tratam as crianças que são um grupo de risco da covid-19.

Algumas “cooperam bem e são criativas com a educação em casa ou com medidas para que as crianças possam voltar à escola de uma maneira mais adaptada”, mas outras “estão estancadas nesta questão ou não se querem dedicar a isso”.

O ministro da Educação Primária e Secundária, Arie Slob, explicou que tem intenção de “evitar o encerramento” de todas as escolas a nível nacional em caso de uma nova vaga de contágios e assegurou que se vai concentrar em fechar escolas a nível local ou regional, se for necessário, ou “tomando medidas adicionais em alguns locais“.

O regresso às aulas nos Países Baixos começou sem um guia claro das medidas que se devem aplicar, o que levou várias escolas a exigir o uso de máscaras nas salas ou apenas nos corredores.

Outras seguem a política nacional, que descarta o uso dessa medida, porque o Governo central considera que “as máscaras não são uma mais-valia, nem são necessárias”, apesar de os alunos também não manterem o distanciamento social.

ZAP // Lusa

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