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Análises a portugueses e franceses repatriados de Wuhan dão negativo

Os testes dos repatriados portugueses e franceses que chegaram este domingo a Lisboa e Marselha, respetivamente, provenientes da cidade chinesa de Wuhan, deram negativo.

“A DGS informa que os testes laboratoriais realizados pelo INSA [Instituto Ricardo Jorge] foram todos negativos“, indica.

Na mesma nota, a DGS diz que os cidadãos “vão continuar a ser acompanhados por dois médicos da Sanidade Internacional, que vão garantir a vigilância ativa duas vezes por dia e estarão sempre disponíveis para contacto”.

Os 20 cidadãos repatriados, 18 portugueses e dois brasileiros, foram instalados em instituições dedicadas para o efeito no Hospital Pulido Valente (Centro Hospitalar de Lisboa Norte) e no Parque da Saúde de Lisboa, onde irão permanecer em isolamento profilático durante 14 dias.

No caso dos franceses, de acordo com a emissora francesa BFM TV, a ministra da Saúde gaulesa, Agnès Buzyn, anunciou esta manhã que “todos os testes deram negativo”.

As 20 pessoas que chegaram a Lisboa vindas da China no domingo partilharam até Marselha um avião com outros europeus, alguns com sintomas suspeitos de contágio do novo coronavírus. As 20 pessoas foram sujeitas de imediato a análises e exames médicos.

A ministra da Saúde de Portugal, no entanto, esclareceu que os portugueses repatriados não tiveram em contacto com os passageiros europeus que revelaram sintomas.

No avião de transporte C-130 da Força Aérea Portuguesa, as pessoas que decidiram sair de Wuhan, epicentro do contágio do coronavírus, foram acompanhadas por oito tripulantes e oito profissionais de saúde, incluindo uma equipa de sanidade internacional.

O Ministério da Saúde vai disponibilizar instalações onde os portugueses provenientes de Wuhan vão ficar em “isolamento profilático” voluntário, durante 14 dias e fazer análises para despistar o novo coronavírus. Durante esse período, não poderão receber visitas, mesmo que controladas.

O número de mortes provocadas pelo novo coronavírus subiu para 362, depois de 56 pessoas terem morrido na China e uma nas Filipinas, anunciaram as autoridades da província de Hubei. No domingo, morreu a primeira pessoa infetada fora da China, nas Filipinas: um chinês de 44 anos, natural de Wuhan.

A China terminou a construção de um hospital de mil camas para os doentes do novo coronavírus. Em Wuhan, capital daquela província, no centro da China, o novo hospital foi concluído em apenas dez dias, enquanto um segundo hospital com 1.500 camas está já a ser construído. O reinício das aulas foi também adiado na província chinesa de Hubei, centro do surto do coronavírus.

As restrições em Wuhan, onde começou o surto de pneumonia viral, foram reforçadas, com as autoridades a decidirem que apenas um membro de cada família pode sair à rua para compras essenciais de dois em dois dias.

China emite protocolo para tratamento dos cadáveres

No domingo,o Governo chinês emitiu um protocolo para o tratamento dos cadáveres das vítimas mortais provocadas pelo coronavírus, como parte do esforço para controlar o surto de pneumonia. A medida impossibilita os familiares de decidir o local onde as vítimas são enterradas e a realização de cerimónias fúnebres.

Os restos mortais dos infetados deverão ser cremados numa funerária designada e perto do local onde estão, pelo que não poderão ser transportados entre diferentes regiões, lê-se no protocolo emitido conjuntamente entre a Comissão Nacional de Saúde, o Ministério dos Assuntos Civis e o Ministro da Segurança Pública.

As cerimónias fúnebres ou de despedida estão proibidas e os corpos deverão ser desinfetados e colocados numa bolsa selada por pessoal médico.

As funerárias, por sua vez, devem enviar pessoal e veículos especiais para entregar os corpos de acordo com os procedimentos designados.

Desde dezembro já surgiram 17.205 casos em toda a China da doença que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a decretar uma emergência mundial e que já se espalhou a 20 países.

ZAP // Lusa

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