Ana Catarina Mendes diz-se “perplexa” com posição do PCP em relação à guerra e questiona que o PSD tenha “rumo para Portugal”

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Ana Catarina Mendes, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares

Ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares recusou críticas da oposição sobre a falta de respostas no Orçamento do Estado à crise económica decorrente da escalada de preços e perda do poder de compra.

No mesmo dia em que António Costa estará no Parlamento para a discussão do Orçamento do Estado para 2022, sem que tenham existido negociações com os restantes partidos, Ana Catarina Mendes reforçou a intenção do Governo em que os próximos quatro anos “uma maioria absoluta” não se transforme em “poder absoluto”, sendo o “diálogo permanente” um elemento essencial. Em entrevista ao jornal Público, a ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares admitiu negociações com os restantes partidos para a discussão de medidas na especialidade, apesar de duvidar que os antigos parceiros tenham intenções de participar na discussão.

De acordo com a governante, esta intenção não se aplicará apenas ao Orçamento do Estado, mas a “todos os diplomas que vêm à Assembleia da República, por iniciativa do Governo. Sobre o Orçamento do Estado em concreto, sublinha que “apesar do contexto difícil, não deixa de lado os compromissos” que o Governo assumiu com o país, nomeadamente “na valorização de rendimentos, como as pensões ou os salários, ou na melhoria dos serviços públicos ou mesmo no investimento na economia e o investimento público.

Já sobre a proposta do Livre de renovação energética e solar dos edifícios, proposta pelo Livre, lembrou que “essas são matérias que já têm resposta em muitas das questões orçamentais”, mas também no Plano de Recuperação e Resiliência. Recusa ainda as críticas da oposição que acusam o Governo de não preparar uma resposta apropriada à crise da Ucrânia e enveredar pelo caminho da austeridade.

“Não é um OE da austeridade, nem de contração antes pelo contrário. É um OE num contexto difícil, depois da pandemia e que foi agravado pela invasão da Rússia da Ucrânia. É de louvar esse esforço que tem sido feito ao longo dos anos. Mesmo perante as dificuldades, a receita de contas certas e rigorosas permitiu responder à pandemia na forma do reforço do Estado social e também no apoio que foi dado às empresas.”

A propósito da guerra na Ucrânia, a antiga líder parlamentar do PS também aproveitou a entrevista para lamentar o posicionamento do PCP em relação à questão. “O que é triste é mesmo a posição do PCP face a este conflito. […] Devo confessar que esta posição do PCP me deixa absolutamente perplexa.”

Sobre o papel que o PSD pode vir a ter na aprovação de leis que poderão precisar de uma maioria qualificada, a governante lembrou que os sociais-democratas não terão que ser o grande parceiro do PS, mas deixou o seu desejo de que o partido se reencontre “consigo próprio e com a sua história”. Questionada se preferia negociar com Jorge Moreira da Silva ou Luís Montenegro, lembrou que a “questão é se o PSD tem ou não tem um rumo para Portugal. Tem ou não tem caminho caminho para Portugal.”

ZAP //

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