Amnistia denuncia torturas de activistas e jornalistas na Ucrânia

Justin Norman / Flickr

-

A Amnistia Internacional (AI) informou hoje dispor de provas “contundentes” sobre espancamentos, sequestros e outras formas de tortura praticadas contra ativistas, manifestantes e jornalistas nos últimos três meses no leste da Ucrânia.

Num documento intitulado “Sequestros e Tortura no leste da Ucrânia”, a organização detalha os resultados das suas investigações efetuadas durante uma “viagem recente a Kiev e ao sudeste do país”.

Em comunicado, emitido hoje, a AI indica que no relatório se relatam as denúncias de sequestros e torturas cometidas por “grupos separatistas armados” e por “forças partidárias de Kiev”.

“Com o sequestro de centenas de pessoas ao longo dos últimos três meses, é chegada a hora de analisar o que aconteceu e de travar esta abominável prática”, disse o subdiretor da Amnistia para a Europa e Ásia Central, Denis Krivosheev, citado na mesma nota.

A grande maioria dos sequestros é cometida por “separatistas armados” que submetem as suas vítimas a “agressões e torturas repugnantes”, indicou, ressalvando que também há provas de que “as forças partidárias de Kiev” são responsáveis ainda que por “um número menor de abusos”.

A AI especifica que não existe uma lista “completa ou fidedigna” sobre o número de sequestros, embora o Ministério do Interior estime em cerca de meio milhar os casos ocorridos entre abril e junho.

A Missão de Controlo da ONU na Ucrânia sinalizou 222 sequestros durante o mesmo período, como realça a Amnistia.

Segundo a AI, nas regiões orientais de Donetsk y Luhansk, dominadas por grupos pró-russos, os sequestros visaram não só membros da polícia, do exército e do governo local, como também tiveram como alvo jornalistas, ativistas, manifestantes e empresários.

Face aos abusos cometidos por grupos leais ao governo democrático de Kiev, a Amnistia alude à existência de associações de “autodefesa“, as quais diz estarem implicadas nos casos de “maus tratos”

Neste sentido, a organização insta o Governo ucraniano a criar um “registo único e frequentemente atualizado” que compile as denúncias de sequestros, pedindo ainda que investigue “a fundo e imparcialmente” cada caso de “uso excessivo de força, maus-tratos ou tortura”.

/Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.