Tiago Petinga / Lusa
O empresário angolano Álvaro Sobrinho
O escritório de Álvaro Sobrinho foi alvo de buscas pela Polícia Judiciária no passado dia 15. O ex-banqueiro é suspeito de ter subornado o juiz Rui Rangel e deve ser constituído arguido no âmbito da Operação Lex.
No passado dia 15 de fevereiro, o escritório de Álvaro Sobrinho, em Lisboa, foi alvo de buscas da Polícia Judiciária. Em causa está uma investigação no âmbito da Operação Lex e há suspeitas de que o empresário luso-angolano tenha subornado o juiz Rui Rangel, no Tribunal da Relação.
Nas buscas ao escritório do ex-presidente do BES Angola e maior acionista privado da SAD do Sporting, através da Holdimo, foram apreendidos vários documentos.
Segundo o Correio da Manhã, as suspeitas envolvem um caso, que remonta a 2015, em que o juiz Rangel devolveu a Sobrinho 30 imóveis no valor de 80 milhões de euros, que estavam arrestados num processo de branqueamento de capitais.
Esta decisão de arresto foi tomada pelo juiz Carlos Alexandre, na sequência de uma investigação do DCIAP e acabou por ser anulada por Rui Rangel no recurso apresentado pelo arguido.
Agora, Álvaro Sobrinho é suspeito de ter subornado o magistrado da Relação (que está agora suspenso de funções), através do seu advogado João Rodrigues, antigo presidente da Federação de Futebol, que já foi arguido por corrupção ativa. Além disso, Sobrinho deverá também ser constituído arguido pelo mesmo crime quando vier a Portugal.
Rui Rangel está suspenso de funções, indiciado por crimes de corrupção, tráfico de influências, branqueamento de capitais ou fraude fiscal. Por ser juiz, não pode ser detido e mantém o ordenado.
