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“Lógica arrogante” de Rui Rio. Álvaro Almeida não gostou de ser despromovido do PSD

PSD / Flickr

Álvaro Almeida foi “despromovido” dos órgãos internos do PSD sem uma “explicação plausível”, avança esta semana o semanário Expresso citando fontes próximas do PSD/Porto e do deputado social democrata.

Nas mexidas recentes nos órgãos do PSD, Álvaro Almeida, o único vereador do PSD eleito no Porto nas autárquicas de 2017, foi afastado duas vezes: do renovado Conselho Nacional Estratégico (CEN), que agora é presidido por Joaquim Miranda Sarmento, o homem forte de Rui Rio nas Finanças, e da escolha dos novos coordenadores temáticos do CEN.

De acordo com o jornal Expresso, a primeira troca foi pacífica, ao contrário da escolha dos novos coordenadores temáticos do CEN. Álvaro Almeida, que na última configuração do órgão, era coordenador da área das Finanças Públicas, e estava acima de Sarmento, o porta-voz, terá sido afastado “unilateralmente”.

O também professor de Economia “não gostou da desconsideração do líder do partido, [Rui Rio]”, disse ao Expresso fonte do PSD/Porto, depois de nas últimas eleições legislativas ter surgido como ministro-sombra para a área económico-financeira e sido o escolhido para o esperado debate eleitoral com o antigo ministro das Finanças, Mário Centeno.

“sentiu-se melindrado pela forma como foi excluído”, sem “uma explicação plausível”, disse outra fonte próxima ao mesmo jornal. “Como já é hábito, o líder do partido continua a gerir o partido numa lógica arrogante e pouco agregadora e quem não se sente não é filho de boa gente”, diz fonte próxima do professor de Economia.

Deixou coordenação da Comissão da Saúde

Respondendo às trocas, Álvaro Almeida demitiu-se de funções de coordenador na Comissão de Saúde e de vice-coordenador na Comissão de Orçamento e Finanças, de acordo com um email enviado na passada quinta-feira à bancada a que a agência Lusa teve acesso.

“Venho informar-vos que comuniquei ontem ao Presidente do Grupo Parlamentar do PSD a minha demissão das funções de coordenador dos deputados do PSD na 9ª Comissão de Saúde, bem como das funções de vice-coordenador na 5ª Comissão de Orçamento e Finanças”, pode ler-se na mesma missiva.

Na carta, não explica os motivos da demissão. Contactado pela Lusa, Álvaro Almeida escusou-se igualmente a fazer qualquer comentário neste momento sobre a sua decisão.

Ao Expresso, Álvaro Almeida pouco disse, afirmando apenas que vai exercer “com empenho” as funções para as quais foi eleito até ao final de mandato, tanto na Assembleia da República como na vereação da Câmara do Porto, não apontando motivos para a decisão. Justificou o silêncio por “não ser oportuno para o PSD falar nesta fase”.

Álvaro Almeida terá ficado desagradado com a despromoção no órgão estratégico do partido, mas terá sido a posição do PSD face à passagem direta de Mário Centeno do Governo para o Banco de Portugal a gota de água que levou à “colisão direta” entre o vereador da CM do Porto e o presidente do PSD.

Fonte da Distrital do Porto disse Álvaro Almeida não gostou da forma “calculista, titubeante e contraditória como o PSD se posicionou em relação à nomeação do ex-ministro das Finanças para governador” do Banco de Portugal.

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