Os 16 alunos da escola do 1.º ciclo do ensino básico de Trigaches, no concelho de Beja, ainda não começaram as aulas, porque o professor está de baixa há sete meses e não foi substituído.
As aulas da única turma da escola, constituída por alunos do 1.º ao 4.º anos, deviam ter começado no dia 15 deste mês, o que não aconteceu, porque o professor “está de atestado desde o passado mês fevereiro” e ainda não foi substituído, disse à Lusa a mãe de um dos alunos, Patrícia Henriques.
“Sabiam que o professor estava de atestado e não o substituíram” para que as aulas pudessem ter começado no início do ano letivo, lamentou, referindo que a professora de apoio que substituiu o docente entre fevereiro e o fim do passado ano letivo “foi colocada noutra escola”.
Por isso, “não há professor de apoio” para o substituir e dar as aulas até ser colocado um outro docente, o que poderá “demorar algum tempo”, disse.
Trata-se de uma “situação ridícula, que não se admite, nem se justifica, porque há tantos professores no desemprego e estamos a falar de 16 crianças” de diferentes anos de escolaridade, mas que “vão estar todas na mesma sala só com um professor”, disse.
Os pais já falaram com o subdiretor do Agrupamento de Escolas n.º 1 de Beja, do qual faz parte a escola de Trigaches, que lhes disse ser “necessário esperar pela colocação de um novo professor“, o que vai “demorar algum tempo”, porque há procedimentos legais a cumprir.
“O certo é que as crianças não têm professor, nem aulas e estão a ficar atrasadas na matéria”, lamentou, frisando que os pais temem que se repita o que aconteceu no passado ano letivo com alguns alunos da escola, que “ficaram retidos no mesmo ano por não ter sido dada toda a matéria”.
Por outro lado, “já não há atividades de tempos livres e há pais que não têm com quem deixar os filhos”, disse Patrícia Henriques, cujo filho está matriculado no 1.º ano e vai começar a frequentar o ensino básico este ano letivo.
“Esta semana tenho com quem deixar o meu filho”, mas, se entretanto as aulas não começarem, “na próxima semana vou ter de deixar de trabalhar para ficar com ele”, disse.
Patrícia Henriques contou que um dos alunos que ficou retido no mesmo ano de escolaridade “já pediu à mãe para mudar de escola, porque não quer reprovar de ano outra vez”, devido ao atraso no início das aulas e na matéria.
Para denunciarem a situação e exigirem a colocação de um professor e o início das aulas, os pais e os alunos já protestaram à porta da escola e enviaram mensagens, através de correio eletrónico, ao Ministério da Educação e ao Presidente da República.
/Lusa
Oh Fenprof, e tão o q é isto???