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Alunos que faltem podem ser prejudicados na avaliação, admite secretário de Estado

Marcos Santos / USP

O Governo determinou que a presença nas aulas é facultativa e que as faltas são justificadas. No entanto, o secretário de Estado da Educação alerta que os alunos que optem por faltar podem ser prejudicados na avaliação.

O regresso às aulas presenciais para os alunos dos 11.º e 12.º ano acontece no próximo dia 18 de maio. A presença nas aulas às disciplinas sujeitas a exame nacional é facultativa e as faltas são justificadas, avisou o primeiro-ministro, António Costa.

No entanto, o secretário de Estado da Educação, João Costa, admitiu que quem optar por não marcar presença nas aulas pode sair prejudicado na avaliação.

“Há aqui uma opção possível dos encarregados de educação, que respeitamos. Mas quando eu escolho tirar um filho meu da escola, estou a assumir uma opção em que tenho que garantir que de alguma forma ele continua a aprender e tenho que viver com as consequências dessa opção”, disse o governante em entrevista à TVI.

Embora o aluno não reprove por faltas, como realça o Observador, esta é uma decisão “que naturalmente tem impacto nas aprendizagens e na avaliação“. O secretário de Estado explicou, inclusive, que estes alunos podem vir a ser avaliados no mesmo modelo que os jovens que fazem tratamentos oncológicos.

João Costa considera “injusto”, por exemplo, que os alunos que optem por não ir às aulas presenciais sejam avaliados ao mesmo nível de quem optou por ir à escola. No mesmo sentido, afasta a hipótese de estes alunos terem a nota do segundo período.

“Nós não estaríamos a levar um aluno para a escola se não tivéssemos a certeza que era um passo seguro”, reconforta. O Ministério da Educação enviou, esta terça-feira, às escolas as regras para se estudar presencialmente em tempo de pandemia. Um aluno por secretária, horários desfasados e intervalos dentro da sala são algumas das medidas aplicadas.

“A nível mais pessoal e político tenho uma enorme resistência a que a testagem se torne uma norma entre entidades empregadoras e os trabalhadores. Porque nos abre uma caixa de pandora. Se o medo imperar pode ser muito perigosa, hoje é a covid, amanha é a hepatite e qualquer dia é o teste da gravidez das senhoras. Eu não gostaria de viver numa sociedade assim”, disse ainda João Costa, que se manifesta contra a testagem de todos os alunos, professores e funcionários.

ZAP //

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