Jovem de 13 anos entrou no autocarro errado. Quando percebeu, foi falar com o motorista, que o deixou sozinho na paragem seguinte.
Quando acabou o dia de aulas em Fafe, um aluno iria voltar para casa de autocarro. Aos 13 anos, ainda está a habituar-se à nova rotina: ir e vir sozinho, no transporte público.
Nesse dia, quinta-feira passada, enganou-se no veículo. Em vez de entrar no autocarro que vai para Arões (onde mora), entrou no autocarro que vai para Rossas, no sentido oposto.
Quando sentiu que já estava há demasiado tempo no autocarro, levantou-se e foi falar com o motorista. Estava perdido. O motorista não podia voltar para trás e deixou o adolescente na paragem seguinte, em Aboim.
O jovem ficou sozinho numa paragem de autocarro, a 25 quilómetros de casa.
O pai Hélder Pereira conta ao Jornal de Notícias que já eram 19h20m nesse momento e que o seu filho sentiu-se abandonado e perdido.
“Estava a chorar na paragem e uma senhora da aldeia, como não o conhecia dali e o viu a chorar, foi perceber o que se estava a passar. Acalmou-o e depois entrou em contacto com a mãe”, continua o pai.
A família considera que esta atitude do motorista foi negligente e, por isso, apresentou uma reclamação na empresa Transdev. E pode seguir-se queixa na Guarda Nacional Republicana.
A Transdev está a avaliar o que aconteceu mas avisa que tem duas versões “muito divergentes” neste caso – sem detalhar.
Ou seja vai ser o motorista o culpado porque os pais não souberam ensinar a criança a apanhar o autocarro errado. O motorista nem lhe devia ter deixado entrar, a máquina sinalizou vermelho, não entra e acabou. Agora o coitado vai sofrer consequências por algo que não tem a ver com ele.
Só negligência? Não sendo jurista, acho que o ato do motorista foi criminoso. Tinha que ter contactado a GNR imediatamente e telefonar para os encarregados de educação do miúdo a dizer que ele estava em segurança. Não fez nada disso, limitou-se a abandonar a criança.