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Eventual candidatura de Albuquerque a Belém é “brincar à política” em tempo de crise

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Tiago Petinga / Lusa

O Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque

A eventual candidatura de Miguel Albuquerque a Belém, anunciada no mesmo dia em que se soube que está a ser investigado por corrupção, “não é para ser levada a sério”, disse o líder parlamentar socialista na assembleia madeirense.

Miguel Albuquerque, presidente do Governo regional da Madeira, admitiu esta quarta-feira que pode ser candidato à Presidência da República. No entanto, Miguel Iglésias, líder do grupo parlamentar do PS, disse ao Expresso que esta intenção não “é para levar a sério”.

O presidente do Governo regional admite entrar na corrida a Belém por considerar que faz falta uma candidatura de centro-direita e reformista. Para os socialistas, Albuquerque está a “brincar à política” numa altura em que a Madeira enfrenta a maior crise económica do último século.

O maior partido da oposição no parlamento madeirense classifica esta intenção “como uma manobra de diversão para desviar a atenção da situação de emergência económica que a região vai enfrentar devido à covid-19, que será a maior crise dos últimos 100 anos”.

Não sei se isto é um tiro de pólvora seca, mas parece-me que não é sério e que é brincar à política numa altura tão difícil para os madeirenses e os porto-santenses”, referiu Iglésias.

Já o CDS olha com outros olhos para esta eventual candidatura. Rui Barreto, presidente do partido e secretário regional da Economia, considera que é “preciso uma pedrada no charco” já que, neste momento, “António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa parecem sócios da mesma sociedade e é o primeiro-ministro socialista que lança a recandidatura do Presidente da República”.

“Se Miguel Albuquerque avançar terá todo o meu apoio”, garantiu.

Albuquerque suspeito em processo por corrupção

No mesmo dia em que se assumiu como possível candidato à Presidência da República, Albuquerque ficou a saber que está sob investigação num inquérito do Ministério Público por causa da venda da antiga Quinta das Rosas ao Grupo Pestana e da eventual ligação desse negócio à adjudicação por ajuste direto do Centro Internacional de Negócios da Madeira à mesma empresa.

De acordo com a Sábado, o caso visa indícios dos crimes de participação económica em negócio e prevaricação, para além da eventual violação das regras comunitárias em matéria de adjudicação.

O presidente do Governo Regional da Madeira disse desconhecer a existência de qualquer processo em que esteja a ser investigado por corrupção. “Desconhecemos qualquer processo que esteja, eventualmente, a decorrer”, refere numa resposta enviada à Lusa.

Na origem do processo estará uma adjudicação sem concurso, em março de 2017, à Sociedade de Desenvolvimento da Madeira (SDM) para a exploração do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) e a criação e manutenção de estruturas na Zona Franca Industrial.

Em junho, Miguel Albuquerque, a Machado de Albuquerque, lda, e a Andrade de Albuquerque, lda, venderam os empreendimentos turísticos Quinta do Arco à CA Património Crescente, gerido pela Square Asset Management.

Segundo Albuquerque, as transações são “de conhecimento público, os documentos de escrituras acessíveis a qualquer pessoa” e “todo o processo decorreu de uma forma absolutamente transparente”, tendo tido início “muito tempo antes de o Governo Regional ter iniciado funções, em abril de 2015. Além disso, acrescenta, todos os impostos foram liquidados, a nível individual e empresarial.

 

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Ó Albuquerque nem te atrevas, levas uma banhada que nunca mais te seguras. Ainda por cima, agora que és suspeito de corrupção com negociatas em imobiliário e outros. Tem juízo e enxerga-te!

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