Aguiar-Branco é diferente de Santos Silva porque…

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Filipe Amorim / Lusa

O novo presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco

José Pedro Aguiar-Branco quer ser rotulado como “gerador de consensos” para levar a legislatura até ao fim. O presidente da Assembleia da República promete lidar com 229 deputados com “o mesmo registo de equidistância e rigor”.

O presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, propôs-se, no primeiro dia de funções, ser um “gerador de consensos” para dar resposta aos problemas e anseios dos portugueses e levar a legislatura até ao fim.

“Não antecipo nem ansiedades, nem preocupações, nem problemas”, afirmou José Pedro Aguiar-Branco, que foi eleito, esta quarta-feira, presidente do parlamento, à quarta tentativa, com 160 votos, para um mandato até setembro de 2026, que será depois conduzido por um presidente do Partido Socialista (PS).

Em entrevista à SIC Notícias, o social-democrata lembrou que o parlamento tem nesta legislatura uma geometria “inabitual”, com mais partidos, o que obriga à procura de consensos para corresponder às expectativas dos portugueses.

O novo presidente da Assembleia da República prometeu exercer o seu mandato num “registo de lealdade, rigor e equidistância” entre os deputados, reforçando com a necessidade de um “gerador de consensos”.

“A minha relação vai ser igual com todos os senhores deputados, não faço distinção”, sublinhou, garantindo que não irá fazer discriminações “nem positivas nem negativas em relação a qualquer deputado ou grupo parlamentar”.

E o Chega?

Questionado sobre como vai lidar com a bancada do Chega, Aguiar-Branco sublinhou que terá o mesmo registo para com todos os 229 deputados, admitindo que a sua liderança vai ser diferente da de Augusto Santos Silva.

“Cada um tem a sua forma de liderar a Assembleia da República e faz seguramente da forma como entende melhor. A minha vai ser seguramente diferente”, disse, comparando com a liderança do seu antecessor.

Da sua parte, prometeu lidar “com os 229 deputados com o mesmo registo (…) Depois os portugueses estarão para julgar em eleições o que foi o trabalho dos seus representantes, não é o presidente da Assembleia que o deve fazer”, apontou.

Aguiar-Branco contente com o desafio

Quanto à necessidade de várias eleições (quatro) até à sua eleição, o social-democrata admitiu que teria sido “melhor que não tivesse acontecido”, mas logo reconheceu que a autoridade democrática ficou reposta.

Logo na primeira intervenção enquanto presidente da Assembleia, Aguiar-Branco apelou à mudança nas regras da eleição daquela mesa.

“Senhoras e senhores deputados, se algo o dia de ontem nos ensinou é que não devemos desistir na democracia Eu não desisto. Por isso mesmo, desafio todos os grupos parlamentares a repensar o regimento, nomeadamente no que diz às regras de eleição desta mesa, para que o que aconteceu ontem não se volte a repetir, a bem da democracia que aqui estamos a representar.”

Instado a clarificar que mudanças defende para o Regimento e que abordou no discurso após a eleição, apontou a possibilidade de incluir no texto a solução de acordo que foi encontrada entre PS e PSD de presidência rotativa durante a legislatura, mas não alterar o número de deputados necessários para eleger o presidente do parlamento.

“Acho que a maioria absoluta deve continuar a ser o critério da eleição”, declarou.

Por fim, Aguiar-Branco classificou o seu mandato como “desafiante”, mas desdramatizou o momento de crispação no parlamento, considerando que já se viveram outros “muitíssimo mais complicados”.

Por fim, o novo Presidente da Assembleia da República definiu o que propõe para o seu mandato: “servir o melhor que possa e saiba, dignificar a Assembleia da República e contribuir para um melhor funcionamento da democracia”, em suma, “cuidar da democracia para que ela não se parta”, concluiu, citando o social-democrata portuense Miguel Veiga.

ZAP // Lusa

8 Comments

  1. Que é diferente de Santis Silva, já o comprovou, ainda antes e da problemática eleição.
    Em dom da palavra, urbanidade, e cultura democrática, não chega ao nível do chão que o seu antecessor pisa.

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  2. Opinião puramente partidária. Não há comparação entre a atitude neutral e civilizada de Aguiar-Branco, que felicito mas receio que seja afastado do «esquerdame» tão rapidamente quanto possível, e o derrotado Santos Silva cujo «currículo» acompanhei durante perto de 50 anos!

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  3. Opinião puramente partidária. Não há comparação entre a atitude neutral e civilizada de Aguiar-Branco, que felicito mas receio que seja afastado pelo «esquerdame» tão rapidamente quanto possível, e o derrotado Santos Silva cujo «currículo» acompanhei durante perto de 50 anos!

  4. Sendo Santos Silva um reconhecido Sociólogo de alta craveira, de formação e atitude comportamental com provas dadas, diria que a sua apreciação é puramente de competição entre pares, nem sempre na base da isenção e da honestidade, valores não raramente substituídos pela inveja e ressabiamento.

  5. Quando Santos Silva afirmou que gosta de malhar na direita sentenciou-se, quando absurdamente foi nomeado presidente da assembleia da republica tendo hipótese de se redimir fez o oposto, demonstrando facciosismo, prepotência e tirania. Com essa atitude SS em vez de apaziguar tensões exacerbou-as não percebendo qual a sua função prestando um mau serviço. SS foi provavelmente o pior Presidente da assembleia, Face a isso Aguiar Branco facilmente fará melhor serviço.

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  6. Oh Lucinda, já cá faltavas tu com a retórica partidario-ressabiada do costume.
    Uma pessoa que foi dos mais acérrimos defensores do teu amigo (e criminoso) Sócrates, que disse “que gostava de malhar na direita” é que é um exemplo de imparcialidade e defensor dos valores da democracia como deve ser a 2ª figura do estado?!
    Toma Rennie para a azia, que faz bem.

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