Um quarto dos fogos investigados este ano teve como origem fogo posto

Hugo Delgado / LUSA

Incêndio em Ponte da Barca

Um quarto dos incêndios rurais investigados este ano tiveram como origem o fogo posto e a área ardida até julho regista o terceiro valor mais elevado desde 2015, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

O relatório provisório do ICNF, referente a 31 de julho e hoje divulgado, dá conta que os incêndios investigados até àquela data tiveram como causas mais frequentes as queimas e queimadas (32%), seguido do “incendiarismo – imputáveis” (25%) e reacendimentos (8%).

O ICNF refere que, dos 4758 incêndios rurais verificados até ao final de julho, foram investigados 2895, dos quais 61% têm o processo de averiguação de causas concluído.

De acordo com o relatório provisório, entre 1 de janeiro e 31 de julho deflagraram 4758 incêndios rurais que resultaram em 33 224 hectares (ha) de área ardida, entre povoamentos (15 545 ha), matos (13 704 ha) e agricultura (3975 ha).

Em relação ao mesmo período do ano passado, as chamas consumiram cerca de sete vezes mais e os fogos aumentaram 85%.

“O ano de 2025 apresenta, até ao dia 31 de julho, o segundo valor mais reduzido em número de incêndios e o terceiro valor mais elevado de área ardida, desde 2015”, lê-se no documento.

O ICNF destaca que foi em julho que se registaram 50% dos fogos deste ano, num total de 2367, e 77% da área ardida, 25 602 hectares.

O mesmo documento indica também que, até ao final de julho, ocorreram 40 “grandes incêndios” que resultaram em 27 150 hectares de área ardida. O maior fogo foi o que começou a 26 de julho no concelho de Ponte da Barca (Viana do Castelo) e que consumiu, segundo o ICNF, 5707 hectares de floresta, seguindo-se os incêndios que começaram a 28 de julho nos concelhos de Arouca (Aveiro), com 4.755 hectares, e de Penamacor (Castelo Branco), com 2904 hectares.

O relatório indica ainda que o Porto (1014) foi o distrito, até 31 de julho, com maior número de incêndios, seguido de Braga (445) e Viana do Castelo (394), ressalvando o ICNF que são maioritariamente fogos de reduzida dimensão e não ultrapassam um hectare de área ardida.

Por sua vez, o distrito mais afetado pela área ardida é Viana do Castelo, com 7293 hectares, cerca de 22% da área total, surgindo depois Aveiro, com 5790 hectares (17% do total), e de Castelo Branco, com 3193 hectares (10% do total).

Este relatório do ICNF, hoje divulgado, não integra os incêndios registados desde os primeiros dias de agosto.

Portugal continental está, desde domingo e até quinta-feira, em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio.

// Lusa

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