Rapidamente a alface fica castanha quando guardada, mas evitá-lo pode ser mais simples do que imagina.
A resposta para este pequeno problema está à vista de todos, em qualquer cozinha: toalhas de papel ajudam a prolongar a frescura da folha verde, revela um novo estudo.
O segredo está na forma como as toalhas de papel absorvem a humidade em excesso. Embora a alface precise de alguma humidade para se manter crocante, o excesso provoca o efeito contrário, acelerando o apodrecimento e o escurecimento das folhas.
Depois de colocada no frigorífico, a alface liberta humidade durante o processo de arrefecimento. Ao forrar o recipiente de armazenamento com toalhas de papel — ou mesmo diretamente a gaveta dos legumes — essa humidade é absorvida, evitando que se acumule nas folhas e acelere a deterioração.
Importa, no entanto, lavar e secar bem a alface antes de a guardar, reforça o Sciencing.
O método pode ser facilmente testado em casa: basta guardar uma porção de alface com toalhas de papel e outra sem, e comparar o tempo que cada uma se mantém fresca.
Do ponto de vista científico, o escurecimento da alface é resultado de um fenómeno químico conhecido como “escurecimento enzimático”, semelhante ao que ocorre nas maçãs. Quando a planta é cortada e exposta ao oxigénio, a enzima polifenol oxidase entra em ação, oxidando os polifenóis e originando compostos como a benzoquinona. Quando estes entram em contacto com aminoácidos presentes na planta, formam-se pigmentos escuros que tornam as folhas castanhas.
Um outro estudo, publicado na Food Chemistry em 2023, revela que o escurecimento do caule da alface após a colheita se deve à libertação de fluido e látex das células cortadas, o que desencadeia outras reações químicas.
A boa notícia é que o frio abranda a atividade destas enzimas, que são proteínas sensíveis à temperatura. Ao combinar o armazenamento em ambiente frio com o uso de toalhas de papel, é possível conservar a alface durante mais tempo, mantendo-a fresca e apelativa por largos dias.