Águia adormecida escorrega nas Aves no último lance

ESTELA SILVA/LUSA

1-1 entre o AVS e o Benfica quebra ciclo de oito vitórias consecutivas dos “encarnados” na Liga. Trubin adiou o golo seis vezes, mas o golo do empate chegou aos 90+4 por intermédio de Devenish, no último lance da partida.

O Benfica dominou a primeira parte e chegou ao intervalo em vantagem, graças ao golo de Amdouni, na sequência de uma bela jogada de entendimento, mas falhou o ampliar do resultado e sucumbiu à eficaz pressão do adversário na segunda parte.

Mais eficaz e agressivo, o AVS foi superior no segundo tempo e, nos instantes finais, Cristian Devenish empatou na sequência de uma bola parada, infligindo duro golpe nas ambições benfiquistas.

Águias tentam controlar AVS incómodo

Os “encarnados” assumiram o controlo da posse de bola (67%) desde o apito inicial, pressionando os “avenses” no seu meio-campo e criando as primeiras oportunidades de perigo.

A estratégia de alta intensidade surtiu efeito aos 17 minutos, com um golo de Amdouni. A jogada foi um exemplo de futebol rápido e preciso: uma combinação ao primeiro toque entre Aursnes, Aktürkoğlu e Amdouni, culminou num remate colocado do suíço (0.16 xG), a balançar as redes “avenses”. O 0-1 refletiu a superioridade do Benfica e a incapacidade do AVS de neutralizar o ataque encarnado.

Apesar do domínio territorial do Benfica, o AVS conseguiu equilibrar o jogo em termos de ações na área contrária (11 contra 10) e em xG criado (0.44 e 0.55). Isto reflecte a criação de uma ou duas ocasiões mais claras por parte do AVS, em contra-ataque (destaque para Mercado), como o cabeceamento (0.26 xG) de Zé Luís aos 16 minutos, a única ocasião flagrante do jogo na primeira parte.

Daniel manda pressionar… até empatar

Na segunda parte, o AVS protagonizou uma recuperação notável, arrancando um empate dramático nos descontos contra um Benfica desastrado.

Excessivamente dependentes do passe longo (80 tentativas) e recorrendo ao drible (34 tentativas) como forma primordial de tentar atacar o último terço do AVS, os “encarnados” foram permitindo aos “avenses” não só entrar efectivamente na discussão do jogo, mas também tomar o domínio da partida.

Trubin adiou o golo por seis vezes mas à sétima tentativa a justiça no resultado acabaria por chegar, com o golo aos 90+4 por intermédio de Devenish, no último lance da partida.

O Jogo em 5 Factos

1. Perdas de bola no terço defensivo

O Benfica atingiu novo máximo (26), mais dez que o seu pior registo anterior e quase 3 vezes mais que a sua média.

2. Demasiado individualismo

As 34 tentativas de drible do encarnados são um novo máximo da equipa na Liga, com apenas 38% de sucesso, seis das tentativas sem sucesso foram no seu terço defensivo, o que ajudava a justificar o registo negativo mencionado anteriormente.

3. AVS de combate

Novo máximo de duelos ganhos dos “avenses” com 80, sendo que 28 deles foram desarmes, também este registo um novo máximo da equipa na Liga. Engane-se quem pense que o AVS foi uma equipa encostada à sua área, tendo conseguido um novo máximo de ações defensivas no meio-campo contrário (24).

4. Saída de alto risco

Nesta partida os “encarnados” igualaram o seu pior registo de passes de alto risco falhados (22), passes esses que permitiram algumas das jogadas de transição mais perigosas dos “avenses”.

5. Sem Largura

Novo mínimo de cruzamentos dos encarnados na Liga (quatro), menos de metade que o anterior mínimo (nove), a demonstrar a pouca largura providenciada pelos seus “alas”, Aktürkoğlu e Aursnes que exploraram sempre muito os espaços interiores deixando a largura para a inoperância de Beste e Bah.

Melhor em campo

Trubin foi adiando o golo “avense”, tendo prevenido um golo até ao fatídico minuto 90+4.

O guardião ucraniano encerra a partida com com números mais próprios de guardião de “equipa pequena”, fruto das seis defesas que completou, curiosamente com metade da jornada 14 jogada, o máximo até ao momento.

Resumo

Siga o ZAP no Whatsapp

 

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.