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Agentes da PSP metem baixa e deixam Divisão do Seixal e de Almada sem ninguém

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Tiago Petinga / Lusa

Oito agentes da PSP da Equipa de Intervenção Rápida (EIR) da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial (EIFP) do Seixal, que iriam estar de serviço das 8h00 às 20h00 desta quinta-feira, faltaram ao serviço. Sete meteram baixa médica e um deles meteu assistência à família.

“Como não me canso de dizer, nos tempos difíceis por que estamos a passar, sobretudo o pessoal operacional que trabalha todos os dias na rua, só com uma grande camaradagem e espírito de corpo entre todos os polícias nos podemos defender uns aos outros e minimizarmos as possibilidades de sermos enxovalhados ou agredidos no desempenho da nossa missão. A nossa força vem da nossa união e camaradagem”, lê-se na comunicação do comandante que, a seguir, manifesta a sua preocupação com a falta dos agentes daquela equipa.

Segundo Manuel Viola, citado pelo Público, “caso haja um problema grave durante o turno das 8 às 20 horas na área da Divisão do Seixal, não haverá ninguém da EIR do Seixal para dar apoio aos seus camaradas que possam estar em dificuldade, havendo pois a necessidade de pedirem apoio a outra divisão, com o consequente maior tempo que irá demorar esse socorro mais musculado”.

Esta quinta-feira, os agentes tiveram tarefas acrescidas devido à greve dos motoristas. “Logo por coincidência, esta situação, de toda a EIR do Seixal estar doente, ainda é mais grave no dia de hoje, pois a EIR de Almada foi dar apoio ao pessoal da Divisão do Barreiro, em virtude de termos um terminal naquela cidade de distribuição de combustível e existir lá um piquete de greve que, eventualmente, poderia causar problemas que obrigassem o nosso pessoal a intervir”.

Devido à situação da greve, a EIR do Seixal, por estar mais próxima das duas divisões, estava a dar apoio a ambas, “mas como parte do pessoal ficou doente, implicou que ambas as divisões ficassem sem apoio a nível da EIR”.

“Quanto aos que ficaram doentes da EIR do Seixal, por coincidência todos ao mesmo tempo, desejo-lhes as melhoras e iremos estar muito atentos ao evoluir da sua saúde e espero que ninguém das outras esquadras hoje neste horário de serviço, das 8 às 20 horas, precise de ajuda ou por falta dela venha a sofrer algum enxovalho ou ferimento em alguma intervenção policial”.

O Movimento Zero – de defesa dos elementos das forças de segurança em Portugal -, tem incentivado os agentes a meterem baixa médica entre 15 a 18 de agosto como forma de protesto.

Contactado pelo mesmo jornal, o porta-voz da plataforma dos Sindicatos da PSP, Carlos Meireles, disse que “o Movimento Zero, apesar de não ter cara que o identifique e não pretender colagens aos sindicatos policiais”, tem a “solidariedade” destes sindicatos “na sua luta e forma como se manifesta, que é fruto do desespero e tratamento degradante a que todos os dias os polícias são sujeitos quando em serviço”.

De acordo com este sindicalista, “se a tudo isso juntarmos as más condições de trabalho a falta de equipamento, a surdina dos sucessivos governos e direções nacionais, questionamos nós o que nos resta como forma de luta, quando não temos direito à greve”.

Carlos Meireles recorda ainda que a situação torna-se mais grave “quando estamos no pico do verão”. “Os turistas chegam em massa a Portugal e os polícias são desviados para conduzir camiões, quando deveriam andar a desempenhar as funções para as quais foram preparados – manutenção da ordem pública e proteção das pessoas e do seus bens”.

ZAP //

 

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