Adiar novo aeroporto até 2028 custa sete mil milhões de euros e 28 mil empregos

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O atraso na construção do novo aeroporto representa uma perda potencial de riqueza (VAB) de 6,8 milhões de euros até 2027 e menos 27,7 mil empregos, concluiu o estudo “O custo da não decisão sobre a implementação do novo aeroporto de Lisboa”, da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) e da EY.

“É tempo de dizer basta e tomar decisões urgentes”, declarou esta sexta-feira o presidente da CTP, Francisco Calheiros, no início da apresentação.

Segundo dados desse estudo, poderá haver uma perda de receita fiscal de 1,9 mil milhões de euros. Esses números dizem respeito ao cenário considerado mais plausível: Portela+1 disponível em 2028 e existindo uma recuperação rápida da procura, revelou um comunicado da CTP.

“Se juntarmos ao valor acrescentado bruto não realizado os impostos não cobrados, o país pode perder cerca de 9 mil milhões de euros até 2027”, avançou aquela entidade. “As perdas económicas podem ascender a 0,77% do PIB e 0,95% do emprego nacional”, acrescentou.

Num cenário mais negativo, em que a procura turística será rápida, ultrapassando a de 2019 em 2023, mas a decisão sobre a construção do aeroporto continua adiada, as perdas potenciais de VAB chegam aos 21,4 mil milhões de euros, e a não criação de emprego atinge os 40 mil postos anuais.

Nesse cenário, a receita fiscal perdida chegaria aos seis mil milhões de euros e Lisboa só teria um novo aeroporto em 2034 ou a opção Portela +1 só estaria disponível nesta data.

“O principal problema do Turismo chama-se o novo aeroporto de Lisboa, que se arrasta há muitos anos. Podemos resolver todas as barreiras e custos de contexto, mas se não houver infraestrutura para que os turistas nos possam visitar tudo fica comprometido”, acrescentou Francisco Calheiros.

No final de junho, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, anunciou uma nova solução, que previa a construção de um aeroporto na atual Base Aérea n.º 6 do Montijo até 2026 e outro no Campo de Tiro de Alcochete, para 2035. O despacho foi revogado pelo primeiro-ministro.

Na quarta-feira, Pedro Nuno Santos esteve no Parlamento, onde afirmou que Portugal é o terceiro país da União Europeia que mais está a recuperar em número de voos face a 2019 e que o Humberto Delgado está de novo saturado.

O aeroporto de Lisboa tem uma capacidade declarada na Eurocontrol de 28 milhões. “Em 2019 atingimos os 31 milhões. Em 2022 na primeira semana de julho ficámos a 98% dos movimentos de 2019. Já está saturado para lá da sua capacidade declarada”, afirmou.

O ministro apelou a um consenso o mais alargado possível para a nova solução de reforço da capacidade aeroportuária em Lisboa, apelando em particular ao PSD.

De acordo com um estudo publicado esta semana pela Hooper, empresa de recolha e dados turísticos, aeroporto Humberto Delgado foi o sexto na Europa a registar mais atrasos nos primeiros 10 dias de julho. Um total de 65% dos voos que partiram do aeroporto de Lisboa sofreram um atraso nesse período, com 4,8% cancelados.

O aeroporto que lidera o ranking é o de Zaventem, em Bruxelas, com 72% dos voos a registar um atraso. Segue-se Frankfurt, na Alemanha, com 68% dos voos. Já o Eindhoven, nos Países Baixos, teve atrasos em 67% das ligações aéreas.

Outro dos aeroportos com pior tempo de espera na Europa são o de Luton (Londres), o de Liszt (Budapeste), Charles de Gaulle (Paris), Schiphol (Amesterdão) e Cote D’Azur (Nice, França).

ZAP //

4 Comments

  1. Isto é propaganda. Parece que tentam encobrir a borrada que houve entre o Pedro Nuno e o ministro indiano… ui, ui, quanto valem mentiras deste calibre?? 😉

    Beijinhos…

  2. Estas previsões assumem “…e existindo uma recuperação rápida da procura”, como de costume, suposições e assunções em condições que depois não existem e o que seria uma grande vantagem é depois um grande desvantagem…
    Já ninguém fala das SCUTs em que seria um grande negócio e daria lucro a todos… menos ao estado, pois superaram e assumiram milhões de passagem de veículos que nunca aconteceu e hoje em dia pagamos todos pagamos SCUTs (uns 2 vezes) os que as usam e o estado ainda indemniza as concessionárias.
    E andamos nisto a empobrecer dia após dia…

  3. Nem mais Alves. O Aeroporto já estava saturado em 1970 e apenas aguentava 10 milhoes de passageiros…. Agora aguenta 28 milhoes. Já há estudos que com algumas melhorias pode aguentar mais que 30 milhões. Coloquem um comboio que demore 3 horas a chegar a Madrid e retirem os voos para Madrid…Só aí estão 20 vôos por dia….

  4. “O ministro apelou a um consenso o mais alargado possível”. É muito engraçado, pois foi precisamente o que ele não fez. É o que se pode chamar de trauliteiro, armado em político. Que credibilidade tem este rapazola?

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