Acusações “todas falsas”; mágoa com PS; e “golpadas judiciais” a Costa, Benfica e FC Porto

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Mário Cruz / Lusa

O ex-primeiro-ministro José Sócrates

Esta sexta-feira, José Sócrates garantiu que as acusações de que é alvo são “todas falsas” e acusou o Ministério Público de fazer “golpadas judiciais de grande êxito” (que podem chegar a Pinto da Costa).

José Sócrates diz que a Operação Influencer é mais uma “golpada judicial”.

Em entrevista à CNN Portugal, esta sexta-feira, o ex-primeiro-ministro português criticou as atuações recentes do Ministério Público (MP), bem como o uso indevido do sistema judicial.

“Quem ganhou as eleições foi o Ministério Público. Temos um procurador – que aliás exerceu funções num Governo do PSD há uns anos – que abriu um inquérito ao primeiro-ministro”, considerou José Sócrates.

“Portanto, o que aconteceu foi uma golpada judicial, que teve o maior êxito, porque conseguiu exatamente tudo o que queria. Um caso típico de law fair – ou seja, de uso indevido do sistema judicial para atingir o sistema político“, acrescentou.

O engenheiro de 66 anos considera que – nesta investigação e numa referência direta à sua (Marquês) – só faltou terem escolhido o juiz “e por isso a coisa correu mal”.

“Se tivessem o juiz que costumavam ter, o juiz Carlos Alexandre, ainda hoje estavam [os suspeitos da Operação Influencer] todos presos”, disse.

Magoado com o PS

No entanto, por experiência própria, José Sócrates diz que a anterior direção do Partido Socialista (PS) não tem “autoridade moral” para criticar a forma de atuação do MP.

“Acho que a anterior direção do Partido Socialista não tem nenhuma autoridade moral para fazer críticas ao que está a acontecer porque foram cúmplices com o que aconteceu antes”, sustentou José Sócrates, referindo-se ao silêncio do partido, “durante anos”, sobre a Operação Marquês.

O antigo primeiro-ministro (2005-2011) assumiu estar magoado – nomeadamente com António Costa e Carlos César – por nunca o terem defendido ao longo destes 10 anos de investigação, referindo que as criticas de agora deveriam também ter sido feitas há anos, porque “todo este abuso do Estado tem sido uma constante ao longo destes dez anos”.

“‘À justiça o que é da justiça, à política o que é da política’ foi uma frase que criaram para pôr de lado aquilo que é o dever de uma força política: criticar todos os abusos do Estado; denunciar os crimes de violação de segredo de justiça e as buscas sem justificação; denunciar os crimes sobre as pessoas: as prisões arbitrárias…”, enumerou José Sócrates.

“O que o Partido Socialista devia pedir era para cumprirem a lei – o prazo máximo de inquérito – que foi transformado pelo MP por prazo indicativo, e que afinal não indica nada, não é respeitado”, acrescentou, voltando a referir-se à investigação de que é alvo.

Sócrates diz estar cansado de ser humilhado pelo Estado: “Estou a lutar para não ir a julgamento, porque tenho esse direito. As acusações são todas falsas, provei a minha inocência durante a instrução e portanto tenho todo o direito a não querer ser humilhado pelo Estado a ir a julgamento só para que a face do Ministério Público possa ser salva, porque é isso que eles querem”.

Golpadas podem chegar a Pinto da Costa?

O antigo governante recordou ainda o exemplo de Luís Filipe Vieira, que, em 2021, foi preso “sem provas”, deixando o Benfica sem presidente.

“Lembra-se do caso de Luís Filipe Vieira? Foi preso há três anos. E o Estado prendeu-o, tirou-o de presidente do Benfica e dispensou-se de apresentar as provas”, lembrou.

Nesse caso, José Sócrates criticou também a inércia dos adeptos de um “clube como o Benfica”, que ficaram sem presidente “sem provas de nada” e nunca questionaram.

“Como é que nós podemos aceitar que os sócios de um clube como o Benfica aceitem que o MP tem o direito de tirar um presidente e três anos depois não apresentam nenhuma prova, não dizem nada (…) Mas onde é que estão as provas que meteram na prisão um presidente de um clube?”, reforçou.

O ex-primeiro-ministro deu ainda entender que – depois da “golpada” a Luís Filipe Vieira – agora pretendem fazer o mesmo com o presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa.

“Não é só na política, também foi no futebol. Aquilo foi uma golpada mudarem o presidente (…) coisa que também querem fazer no FC Porto, não andam muito longe…”, rematou.

Miguel Esteves, ZAP //

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5 Comments

  1. Resumindo, ‘tudo bons rapazes’!
    Se não fosse revoltante toda a narrativa deste xico esperto, seria hilariante… assim, é só delirante!

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  2. Certo é que estes “Ilustres” , e não só este Filosofo , andam todos en Liberdade . se tivessem abafado uma lata de Sardinhas , então ….sim cumpriam prisão !

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