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Acordo entre Rio e Santana esteve em aberto até de madrugada

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Miguel A. Lopes / Lusa

Passos Coelho, Rui Rio e Santana Lopes no Congresso do PSD

O acordo entre Santana Lopes e Rio só foi alcançado durante a madrugada por conta da insatisfação do lado do antigo primeiro-ministro.

A notícia foi avançada pela RTP e dava conta de uma insatisfação do lado de Pedro Santana Lopes quanto ao número e forma de distribuição dos lugares na lista, que seria encabeçada pelo ex-primeiro-ministro que, na sexta-feira à noite, entrou no 37º Congresso Nacional do PSD ao lado de Rui Rio.

Segundo as informações avançadas pela RTP, o grupo de Pedro Santana Lopes não queria aceitar “a proporção sugerida pela equipa de Rui Rio de dois nomes, contra um”.

Fontes ligadas à candidatura de Santana Lopes deram conta de que existem “problemas com os lugares e descontentamento na base de apoio dos dois lados”.

Se Santana Lopes não aceitasse ser o “número um” ao Conselho Nacional, o eurodeputado Paulo Rangel – que confirmou na sexta-feira à noite, à entrada para o Congresso, ter aceite o lugar de “número dois” – passaria a encabeçar a lista.

No entanto, tudo se resolveu pela madrugada, por volta das 4 horas, conta o Expresso.

Antes, o acordo chegou a estar em risco, com Pedro Santana Lopes a hesitar manter-se como nº1 da lista conjunta ao Conselho Nacional. Santana chegou, aliás, a falar com Paulo Rangel, prevenindo-o para a possibilidade de ter que subir de nº2 para primeiro nome da lista.

“O importante é o clima de convergência política no partido. Lugares nas listas não são o mais importante”, dizia Santana Lopes ao Expresso ao início da madrugada de hoje. Rui Rio, ao deixar o Congresso, alinhava pela mesma bitola: “Gostava que houvesse uma lista conjunta, mas o mais importante é que haja unidade e essa está garantida: viram a entrada em conjunto e vão ver o discurso do dr.Santana Lopes amanhã”, dizia o novo líder do partido aos jornalistas.

As listas nacionais a serem apresentadas, com excepção da lista para a comissão política nacional, vão respeitar o resultado da disputa interna no PSD, em que Rio teve 54% e Santana 46%.

Falar de um Bloco Central é “perder tempo com o sexo dos anjos”

O 37º Congresso do PSD ficou marcado pela escolha para abertura: pela primeira vez na história, quem inaugurou o momento foi o líder cessante, Pedro Passos Coelho, ao contrário do que é normal, já que os congressos são, geralmente, abertos pelo líder eleito.

Esta terá sido uma “jogada” política de Rui Rio com o objetivo de promover a união e coesão do partido.

No seu discurso inaugural, Pedro Passos Coelho aproveitou para deixar duras críticas à solução governativa dos socialistas e reforçar a necessidade de “combater a geringonça”, admitindo, no entanto, que não será tarefa fácil.

Não é fácil bater a geringonça, mas é preciso bater a geringonça”, afirmou Passos, pela última vez enquanto presidente dos sociais-democratas.

No discurso, em que teceu duras críticas à solução de Governo do PS, apoiado por BE, PCP e PEV, condenando até a “vulgaridade” manifestada nos debates quinzenais no parlamento, Pedro Passos Coelho fez também um balanço da governação PSD/CDS-PP, com uma chamada de atenção particular ao antigo parceiro de executivo e coligação.

“Esta menção ao CDS é hoje muito relevante, porque o que conseguimos fazer não fizemos sozinhos, fizemos com o CDS, isso é importante e será importante para futuro”, declarou, num momento em recolheu palmas dos congressistas.

Além disso, Passos Coelho apresentou-se a Rui Rio, que o substituirá, como um “soldado” disposto a “contribuir para a união do nosso partido e para que os nossos resultados sejam aqueles que ambicionares, e tenho certeza de que ambicionas muito para o nosso partido, porque ambicionas com certeza muito para o nosso país”.

O ex-primeiro ministro, que liderou o PSD durante oito anos, despediu-se da presidência do PSD e fez questão de, num “momento simbólico”, passar a liderança a Rui Rio.

Mas as “jogadas” de Rio para, desde início promover a união não se ficaram por aqui.

Na parte final da sua intervenção, e a mais aplaudida do seu discurso inaugural no 37º Congresso do PSD, Rio afirmou que os que falam de um Bloco Central “perdem tempo com o sexo dos anjos“: “Perdem tempo com o que não existe nem existirá”, assegurou.

“Uma coisa é estarmos disponíveis para dialogar democraticamente com os outros e cooperarmos na busca de soluções para os graves problemas nacionais, que, de outra forma, não é possível resolver. Coisa diferente é estarmos disponíveis para nos subordinarmos aos interesses dos outros“, acusou.

Rui Rio afirmou ainda a vontade de vencer as três eleições de 2019, “sejam elas regionais, para o Parlamento Europeu ou para a Assembleia da República”. “O PSD apresentar-se-à aos portugueses como uma alternativa forte e credível a esta governação presa à extrema-esquerda”, assegurou.

O líder eleito sublinhou que o PSD “é um grande partido de poder”: “Por isso, o seu objetivo é sempre ganhar. Sempre que nos candidatamos, o nosso imperativo é sermos os primeiros”, afirmou, na passagem que mais aplausos recolheu e que levou alguns congressistas a gritarem “PSD, PSD” de pé.

Um momento que também levou vários congressistas a manifestarem-se e se levantarem foi os agradecimentos.

Rui Rio fez questão de agradecer tanto a Pedro Passos Coelho, neste caso pela governação histórica “de salvação nacional”, como a Santana Lopes, desta vez pela “coragem e humildade democrática” por disputar a liderança.

Na sala da Centro de Congressos de Lisboa, os delegados do PSD aplaudiram de pé tanto Passos Coelho, líder durante oito anos e primeiro-ministro durante quatro, como Pedro Santana Lopes, que disputou as diretas com Rui Rio, a 13 de janeiro.

“Fica um trabalho de governação que a história reterá como de salvação nacional em face da situação que, sem qualquer responsabilidade, herdou”, afirmou Rui Rio, na sessão de abertura do 37º Congresso Nacional social-democrata.

Para o novo líder do PSD, o “tempo é o melhor juiz” e será ele a valorizar o trabalho de Passos Coelho à frente do Governo PSD/CDS-PP, durante o período da troika.

CF, ZAP // Lusa

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4 Comments

  1. ena pá . isto é mesmo grave.O que sucederia se não tivessem reunidos pela madrugada dentro? Uma verdadeira calamidade, estou convicto.Lá se afundava o país outra vez. e não admirava nada.em quarenta anos afundaram 40 vezes.

  2. enquanto o psd estiver manipulado por essa figura sinistra que e fpb…. nao passa da cepa tortsa…. pode vir rio e lopes, pode vir ate a eliana e a paula …. infelizmente esse figura sinistra nao é so decorativa e representa um entrave â relevancia do psd na politica portuguesa…
    fazendo uma comparaçao actual…. fpb esta para o psd como bc para o sporting….

  3. Os “ratos” a disputar o “queijo”….
    Cada vez é maior o desentendimento… Se ao menos conseguissem montar uma geringonça… mas é pataca a ti, pataca a mim , a mim pataca… Um frangalho, é isso!
    Mas eles até já sabem que vão votar contra o Orçamento/2019… E mais ainda ninguém sabe como vai ser… Grandes patriotas!

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