O acordo alcançado na Organização Mundial de Comércio (OMC) no sábado, em Bali, na Indonésia, estabelecendo um acordo global de comércio, pode acrescentar 1 bilião de dólares à economia mundial, segundo várias associações empresariais citadas pela agência Bloomberg.
O acordo alcançado pelos 159 membros da OMC pode acrescentar 1 bilião de dólares à economia mundial, cerca de 730 mil milhões de euros, segundo as estimativas dos apoiantes e membros das associações empresariais mundiais, mas os ativistas humanitários que consideram que o acordo pouco faz pelos pobres e os agricultores norte-americanos – os maiores exportadores mundiais – mostraram pouco entusiasmo com o acordo, segundo a avaliação da agência Bloomberg.
“O acordo de Bali com sucesso compra tempo para a OMC provar que as conversações sobre comércio multilateral podem ser produtivas numa base regular e de forma atempada”, disse um advogado comercial em Washington, acrescentando que “o risco é que os membros da OMC não ataquem as questões subjacentes que têm paralisado a capacidade da organização de responder às mudanças no ambiente empresarial no mundo”.
A OMC chegou no sábado a acordo para a aprovação de um pacote “histórico” e global de dez acordos sobre o comércio global, pela primeira vez na sua história.
O “pacote de Bali“, um acordo de facilitação do comércio global através da redução de barreiras comerciais – menos ambicioso do que o desenhado há 12 anos em Doha – envolve, além do tópico da agricultura, um pacote de ajudas a países em desenvolvimento, entre outros.
O governo português, pela voz do secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Bruno Maçães, destacou à Lusa que o acordo era “quase uma condição prévia para Portugal dar o salto” nos mercados globais.
Numa altura em que Portugal está a aumentar as exportações, sobretudo para fora da Europa, o Acordo de Facilitação do Comércio era “fundamental”, representando “quase uma condição prévia para Portugal dar o salto para ter uma posição muito mais importante nos mercados globais”, disse o governante à agência Lusa, em Bali.
Bruno Maçães reforçou que “a burocracia alfandegária em mercados difíceis” será combatida “com disposições muito claras” que garantam, por exemplo, que “os bens em alfandegas têm de ser despachados no período mais breve possível”.
Estas mudanças, que permitirão a Portugal reduzir os custos de transação em cerca de 10 por cento, deverão começar a ser visíveis “dentro de alguns meses” nalguns mercados, dependendo da rapidez na implementação das medidas em cada país, explicou.
/Lusa