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Ministros da OMC alcançam acordo histórico em Bali

foto: WTO / Studio Casagrande

foto: WTO / Studio Casagrande

A Organização Mundial do Comércio (OMC) anunciou hoje ter sido alcançado, na reunião ministerial na ilha indonésia de Bali, um acordo de facilitação do comércio mundial, o primeiro da sua história.

“Aprovado”, declarou o ministro do Comércio indonésio, Gita Wirjawan, que presidiu à conferência ministerial, diante dos delegados dos 159 países-membros no encerramento do encontro, após difíceis negociações que se estenderam até às primeiras horas de  hoje.

“Bali marca um novo amanhecer para a OMC”, acrescentou Wirjawan no final da reunião, da qual saiu o acordo.

O acordo, o primeiro de cariz global alcançado no seio da OMC desde a sua fundação em 1995, foi resultado de mais de quatro dias de intensas negociações, e ainda precisa de aprovação formal na OMC, que deverá acontecer em meados de 2015.

O “pacote de Bali”, um acordo de facilitação do comércio global através da redução de barreiras comerciais – menos ambicioso do que o previsto na Ronda de Doha – envolve, além do tópico da agricultura, um pacote de ajudas a países em desenvolvimento.

Pela primeira vez na nossa história, a OMC realmente cumpriu“, afirmou o secretário-geral da organização, o brasileiro Roberto Azevedo, no encerramento da sessão ministerial em Bali, que se estendeu mais um dia do que o previsto.

“As decisões que tomamos aqui constituem um importante ‘trampolim’ para a conclusão da Ronda de Doha”, acrescentou Roberto Azevedo, na reunião, em que se destacou o “importante passo” no âmbito do amplo processo de liberalização do comércio mundial,  lançado em 2001, na capital do Qatar, e estancado desde 2008.

“Solicitamos ao Comité de Negociações Comerciais que prepare, nos próximos 12 meses, um programa de trabalho claramente definido sobre as restantes questões do Programa de Doha para o Desenvolvimento”, refere o projecto aprovado na conferência  ministerial, citado pela agência noticiosa EFE.

Os defensores do acordo qualificam-no de “histórico“, enquanto grupos anti-globalização o criticam por entender que beneficia sobretudo as grandes corporações.

O acordo, além de restaurar a confiança no sistema multilateral do comércio, tem potencial, segundo economistas, para dar um ‘impulso’ à economia mundial na ordem de um bilião de dólares norte-americanos.

ZAP/Lusa

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