Jerónimo de Sousa afastou, em entrevista ao jornal Expresso, uma eventual reedição do acordo com o Partido Socialista caso volte a ganhar eleições.
O secretário-geral do PCP afirma que um acordo formal com o PS não é “repetível”, afirmando que o acordo com a geringonça foi uma “exigência do então Presidente da República”.
“Como é sabido, essa foi uma exigência do então Presidente da República que insistia: “Então e o papel? Onde está o papel? O que diz o papel? Preciso do papel!”. Por nós, não tinha sido necessário. Foi resultado dessa necessidade angustiante do então Presidente. Não é repetível”, diz Jerónimo de Sousa, em entrevista ao Expresso deste sábado.
Assim, de acordo com as expectativas do secretário-geral do partido, o PCP deverá, nos próximos quatro anos, voltar ao seu “funcionamento normal”.
“Não têm havido conversações e o diálogo institucional foi entretanto reduzido com o encerramento da Assembleia da República. Não existe nenhum contacto, conversa, diálogo ou negociação em curso. Os resultados eleitorais de 6 de outubro é que vão determinar muito da evolução da vida política nacional”, afirma ainda o líder do PCP, sublinhando que um lugar no próximo Governo não é intenção primordial.
“Para nós não é condição. Insisto nesta ideia: será na AR que se conseguirão, com certeza, as convergências”, afirma Jerónimo de Sousa, acrescentando que, “de uma forma singela”, o partido estará empenhado “nos novos avanços possíveis de alcançar, votando a favor. Votaremos contra tudo aquilo que considerarmos desvantajoso para os trabalhadores e o povo. Esta é a posição singela, mas sólida. Não vale a pena fazer contas antecipadas”.