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Acidente em Almaraz poderia afetar 800 mil pessoas em Portugal

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Ministerio del Interior / Flickr

Central Nuclear de Almaraz, em Cáceres

Central Nuclear de Almaraz, em Cáceres

Cerca de 800 mil portugueses podem vir a ser afetados pela radioatividade caso ocorra um acidente grave na central nuclear de Almaraz, em Espanha, de acordo com uma simulação feita pelo Elemento de Defesa Biológico, Químico e Radiológico do Comando das Forças Terrestres em 2010.

O estudo é divulgado pela Rádio Renascença, que adianta que a simulação tem como base um cenário idêntico ao acidente de Chernobyl, em 1986 – o rebentamento de um reactor, seguido de incêndio.

Segundo o Exército, é colocada a hipótese da propagação de uma nuvem radioactiva, durante 40 horas, em direção a Portugal. Em caso de acidente grave em Almaraz, a nuvem chegaria a Portugal 12 horas após a explosão do reactor.

A região mais afetada seria o Norte, sendo que o distrito de Castelo Branco será o mais afetado, mas sempre com valores baixos de radioatividade, seguido de Idanha-a-Nova e Penamacor. Mas apenas uma localidade de Idanha-a-Nova, a de Segura, com 170 habitantes, teria de ser evacuada como medida de precaução.

“No total, prevê-se que um acidente nuclear afete 800 mil pessoas”, adiantou à Renascença a major Ana Silva, comandante do Elemento de Defesa Biológico, Químico e Radiológico do Comando das Forças Terrestres.

Quanto aos efeitos da radioactividade, o estudo diz que os portugueses seriam atingidos com 0,1 sievert (sievert é a unidade usada para avaliar o impacto da radiação sobre os seres humanos). A absorção de um sievert (10 vezes mais do que o nível previsto para Portugal) implica uma possibilidade de desenvolver cancro na ordem dos 5,5%.

De acordo com a Renascença, a Autoridade Nacional de Protecção Civil – que está encarregada de coordenar todos os meios de intervenção em Portugal, caso aconteça um acidente na central nuclear de Almaraz – não tem conhecimento da simulação.

No entanto, o director nacional do planeamento de emergência, José Oliveira, garante que a Protecção Civil está atenta à situação e tem feito exercícios de simulação, mas sem ter em conta o contributo dos militares.

ZAP //

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