Académicos chineses assinam petição a exigir liberdade de expressão

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Luca Zennaro / EPA

Vários académicos e outras centenas de cidadãos chineses assinaram uma petição na qual exigem que seja protegido o direito à liberdade de expressão no país.

De acordo com o jornal South China Morning Post, a petição online, dirigida ao Congresso Nacional do Povo (o Parlamento chinês), faz cinco exigências: proteger o direito à liberdade de expressão; discutir esta questão nos encontros do congresso; fazer do dia 6 de fevereiro o dia nacional da liberdade de expressão; garantir que ninguém é punido, ameaçado, interrogado, censurado ou detido pelo seu discurso; e, por fim, que os residentes de Wuhan e da província de Hubei tenham acesso a um tratamento equitativo, nomeadamente no que diz respeito aos cuidados de saúde.

6 de fevereiro foi escolhido para assinalar a liberdade de expressão, uma vez que se trata do dia em que o médico Li Wenliang morreu, vítima do Covid-19 e que tentou alertar a comunidade médica para a existência de um novo coronavírus, tendo sido recriminado pela polícia e acusado de “espalhar rumores”.

Segundo o jornal, alguns dos subscritores da petição já estão sob pressão, como é o caso da socióloga Guo Yuhua, professora na Universidade Tsinghua, e do seu colega e professor de Direito Xu Zhangrun, cujas contas na rede social WeChat foram bloqueadas.

Na semana passada, o jurista escreveu um artigo com duras críticas a Pequim pela forma como tem atuado nesta situação do coronavírus e ao regime, incluindo ao Presidente Xi Jinping, considerando que o “sistema político colapsou sob a tirania”.

Zhangrun tem estado sob vigilância das autoridades e, em 2018, já tinha sido impedido de dar aulas na faculdade chinesa por ter escrito outro artigo em que criticava a decisão do Executivo de acabar com o limite de dois mandatos presidenciais.

Para Yuhua, a petição online “pode ser apenas outro gesto que é travado antes de ter qualquer consequência”, mas considera que, mesmo assim, “é importante assumir uma posição”.

Ao mesmo jornal, outro professor de Direito que assinou a petição, Zhang Qianfan, da Universidade de Pequim, afirmou tê-lo feito como forma de luta pelo direito do povo à informação, por ser essa a chave para conter crises de saúde pública.

“Será necessário algum tempo para perceber se todo este descontentamento irá colocar em causa a legitimidade do Governo de Pequim”, disse, acrescentando que tudo dependerá das “consequências do atual surto para a economia nacional”.

O coronavírus já infetou mais de 40 mil pessoas e matou mais de mil na China continental, com casos de pessoas infetadas em mais de 20 países.

ZAP //

1 Comment

  1. xi, caramba, mas não sabem com quem se estão a meter, esse grupo do Mr. Shithole não para brincaras, os Direitos da Raça Humana para eles são Lixo!
    Tenham cuidado, vão desaparecer um a um.
    Esses gajos são umas bestas Humanas, disfarçados de cordeiros

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